Fotografia: Carla Mota (nutricionista)
Os estudantes do ensino superior que necessitarem do acompanhamento de um nutricionista vão poder usufruir de seis consultas ao longo do ano. O Governo avançou com 50 mil cheques-nutricionista, que vão ser disponibilizados à medida que as consultas são realizadas.
A experiência arranca no ano letivo 2024-2025, a 30 de setembro, sendo que a bolsa tem 212 profissionais inscritos de 245 estabelecimentos (clínicas, consultórios ou hospitais privados), no continente e ilhas.
Segundo a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Liliana Sousa, a distribuição dos cheques ficará a cargo dos serviços de ação social das universidades e para terem acesso, os estudantes deverão inscrever-se numa plataforma e manifestar o interesse.
A bastonária destaca uma “medida inédita e muito positiva”, numa franja da população que “sofre uma série de mudanças numa idade crítica”, em que há uma “predisposição para o acesso a comida já feita porque dá menos trabalho”.
No final do primeiro semestre, está previsto um balanço e os cheques que não forem usados serão realocados a outros alunos.
O estudante pode escolher ser acompanhado em qualquer ponto do país, independentemente da área de estudo ou residência.
Carla Mota, nutricionista (3489N) destaca uma medida “excelente” e parabeniza “o trabalho dos profissionais envolvidos” na criação da mesma, “tendo em conta a idade e, ainda, a pequena expressão da Ordem dos Nutricionistas”.
Um grande passo para contribuir para a literacia alimentar
Relativamente à forma de acesso aos cheque-nutricionista, a nutricionista considera “positivo o facto de serem os alunos a realizar a inscrição, porque permite filtrar, de certa forma, como serão atribuídos, sendo direcionados para as pessoas que realmente procuram o serviço”.
Quanto ao público-alvo desta medida – universitários- “parece interessante, porque, em princípio, já têm idade para tomar decisões sobre a alimentação a fazer, a saúde e levar a sério esta medida”.
Em relação ao número de consultas – seis durante um ano – “dará uma média um consulta de dois em dois meses. Não sei se será o mais ajustado, tem de ser feita uma avaliação individual a cada pessoa“, sublinha Carla Mota que apesar de “não saber se existe uma data de validade para usufruir deste cheque ou uma obrigatoriedade de rotina de marcação”, considera a medida “um grande passo para contribuir para a literacia alimentar”.
A implementação dos cheques-nutricionista, e dos cheques-psicólogo, foram uma promessa do atual executivo, que foi formalizada esta quarta-feira (4 de setembro), com a assinatura de protocolos entre as respetivas ordens profissionais, Governo e representantes das instituições do ensino superior.
Os nutricionistas e os psicólogos que prestem cuidados ao abrigo do cheque-nutricionista e do cheque-psicólogo, vão ganhar 35 euros por consulta.
