Desde devorar conhecimento nas aulas teóricas a partilhar momentos musicais e de alegria, são vários os motivos que levam Fernando Gonçalves a gostar de participar na Universidade Sénior de Amarante. Esta terça-feira, assinala-se o Dia Nacional das Universidades Seniores, que procuram combater a solidão "um bocado pesada" dos idosos.
Foi há cerca de seis anos que o amarantino resolveu entrar para esta instituição. Tinha ficado viúvo e procurava algo com que pudesse ocupar o tempo. Hoje, aos 75 anos, admite divertir-se nas diversas atividades que realiza, mas a música é a sua preferida.

Tem entre cinco a sete aulas por semana que vão desde Biologia, Direito e Saúde à Música e à participação na tuna e em muitas outras atividades promovidas.
"Foi aqui que aprendi a tocar guitarra. Vale a pena sempre elucidar os idosos. Uma pessoa passa o tempo, aprende e arranja amigos, porque a solidão é um bocado pesada, por isso, acho que isto é bom. Estou bem integrado", afirma ao Jornal A VERDADE, contando que já incentivou várias pessoas a participarem também na Universidade Sénior de Amarante.

No total, esta universidade tem 164 alunos e cerca de 30 professores voluntários das mais diversas áreas. A missão é "contribuir para um envelhecimento ativo" dos seniores do concelho, incentivando "a partilha do saber numa lógica também de aprendizagem ao longo da vida". "Há sempre tempo para aprender, há sempre tempo para cada um também ganhar outras competências", aponta o vice-presidente da autarquia, Jorge Ricardo.
E este grupo de seniores demonstra isso mesmo. É "um bom grupo", que tem "uma apetência por esta questão do bem-estar, de se ir ocupando no dia a dia com outras atividades para se sentirem mais realizados neste percurso e neste estado de vida em que se encontram".

São pessoas que "gostam de participar" e estão "sempre disponíveis". A música e o desporto, nomeadamente o boccia, estão entre as atividades preferidas. "No seio da universidade sénior impera aqui este espírito de convivência, de solidariedade humana e social", continua, revelando que, em janeiro, vai regressar uma das atividades: o cantar as janeiras aos idosos do concelho que estão mais isolados.

"Muitas vezes, dão o exemplo e aos mais novos de que as pessoas podem sempre ser úteis, podem aprender sempre e melhorar sempre. Portanto, acho que é um bom ensinamento que depois de uma vida toda ainda nos conseguem transmitir e a alegria deles e a força acho que também é muito importante como exemplo para o resto da sociedade", conclui.

