O interesse pela Medicina esteve “sempre presente” em Tiago Campos a par do gosto pela música, embora tenha sentido alguma “indecisão”, no 10.º ano o interesse por matemática, ciências naturais e corpo humano levou a melhor e o jovem paredense optou pelo curso de Ciências e Tecnologias, não deixou a música totalmente de parte.
Assim, durante cinco anos frequentou o ensino articulado e tocou flauta transversal. “Foi complicado, não consegui ter um horário completo em música porque sabia que tinha de me focar na escola, mas tive sempre a ajuda dos meus pais e professores, aliás os professores do curso de música foram sempre muito atenciosos e compreensivos”, partilha em entrevista ao Jornal A VERDADE.
Devido ao tempo restrito, Tiago Campos foi “gerindo o dia a dia” com o objetivo principal de alcançar “resultados muito bons na escola” e ter a música presente. “Quem corre por gosto não cansa” foi a frase motivacional que levou o jovem a trabalhar diariamente. Para além disso, os momentos de stress eram descarregados no desporto, primeiramente no ténis e, mais recentemente, no ginásio.!!!
Secundário concluído e o próximo passo alcançado. Tiago Campos é, aos 18 anos, caloiro de Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) São João depois de se ter candidato com uma média de 19,5. Por enquanto, Tiago Campos vai ficar em casa e terá de reaprender a usufruir do tempo. “Medicina é um curso muito complicado para gerir o tempo, mas quero continuar a ter atividades fora da escola, porque é muito importante conciliar a vida escolar com a vida pessoal”.
“Os objetivos escolares não são os únicos, neste momento, a prioridade é conseguir um bom desempenho na universidade, mas não é a única parte importante, o desenvolvimento pessoal, os tempos de lazer também têm de ter uma importância muito grande”, acrescenta.
Ser médico continua a parecer a decisão “mais acertada e informada” que Tiago Campos poderia ter tomado, mas reconhece que só o “tempo dirá”. Talvez oftalmologista, dermatologista ou até ortopedista, por enquanto o jovem vê um leque vasto de possibilidades, mas reconhece que o “mais importante” é “ajudar as pessoas a perceber o que têm e desempenhar um bom papel na sociedade”.
Para a família foi uma alegria a duplicar e uma emoção familiar, já que o irmão mais velho também optou pelo curso de medicina e, de certa forma, influenciou Tiago Campos. “Os meus pais sempre me apoiaram nesta decisão e é a opinião dessas pessoas que mais me interessa, por isso, tiveram influência e foi saudável”. Mesmo no que à escola diz respeito, também foram uma fonte de incentivo para “fomentar” o interesse pela aprendizagem no filho.
Embora seja necessário “disciplina” e algum “sacrifício”, o conselho principal que Tiago Campos deixa é “desfrutar. Ter a certeza de que vão gostar de estudar, ser o melhor possível e aprender, não pensar demasiado naquilo que vão fazer daqui a X anos e aproveitar a experiência académica”, é a mensagem que deixa a outros estudantes e que pretende aplicar a si mesmo na nova etapa da sua vida.
