sofia portela 1
Publicidade

Em 2015, surgiu pelas mãos de Sofia Portela a Associação Missão Animal, um projeto que se dedica a tratar e reabilitar gatos de rua de Amarante e que sensibiliza a comunidade para a adoção.

Com apenas 21 anos, a jovem amarantina e responsável pela associação revela uma “paixão” pelos animais, estando atualmente a terminar o mestrado integrado em medicina veterinária. Recorda que, desde pequena, sempre “teve a vontade de ajudá-los, mas não sabia como”. A passear pelas ruas de Amarante, “enquanto fazia o percurso para a escola”, passava por vários animais na rua, “magrinhos, doentes, completamente perdidos” e começou a “sentir que gostava de fazer alguma coisa por eles”.

sofia portela 2

Foi então que decidiu, “com o apoio da família e amigos”, colocar a ideia “em prática” e dar ‘corpo’ ao projeto, que se assumiu associação que Sofia fez 18 anos (2020). Atualmente, a Associação Missão Animal acolhe apenas gatos, por uma questão de logística. “Os cães exigem um espaço, uma equipa completamente diferente, passeios, adoções diferentes. Com os gatos é muito mais fácil de trabalhar, tendo em conta que não temos um abrigo para prestar os cuidados apropriados”, explica.

Neste projeto, não são apenas os voluntários levam a ‘bom porto’ todo o trabalho. Ao seu lado, têm “famílias de acolhimento temporárias, que ficam com os animais, mesmo não sendo os adotantes destes. Nós podemos fornecer a alimentação e areia e asseguramos os cuidados veterinários”. A jovem destaca, também, o suporte de clínicas veterinárias. “Mesmo que os animais pudessem estar a recuperar numa casa, dão-nos a possibilidade de os deixar ficar na clínica, o que nos ajuda muito no caso de animais que precisam de fazer medicações recorrentes“.

sofia portela 4

No total, a Associação Missão Animal tem o apoio de cerca de 30 voluntários, do IPDJ – Associação Juvenil – de áreas geográficas distintas, como Lisboa, “que nos ajudam com as diferentes tarefas, nomeadamente, a nível da gestão das redes sociais. É sempre uma ajuda, mesmo estando à distância”, sublinha.

“Três em cada quatro gatos que resgatamos encontram um lar”

De acordo com Sofia Portela, atualmente, “três em cada quatro gatos que são resgatados encontram um lar e a maior parte do que não encontram um lar, deve-se ao facto de já chegarem a nós em final de vida”, explica. Mas aproveita o momento para apelar à adoção ou apadrinhamento dos gatos que acolhem, nomeadamente através das redes sociais. “Basta enviar uma mensagem e nós tratamos de todo o processo”.

Para adotar um gato nesta associação, os interessados devem obedecer a “algumas condições rígidas”, como a realização da esterilização aos seis meses, se forem adotados enquanto bebés, impedir o acesso ao exterior e garantir que estão sempre protegidos. 

sofia portela 3

Depois de um processo de adoção, a ligação aos gatos “não se perde”, porque a equipa “faz questão de manter sempre o contacto com os tutores. Às vezes é um bocadinho difícil, são muitos animais, mas tentamos sempre controlar“.

Até ao momento, a experiência tem sido “positiva. Temos tido muito poucas devoluções, mas recebemos muitos pedidos de adoção de pessoas que não cumprem os requisitos. Infelizmente, nem toda a gente está apto para ter um animal consigo. E se estamos a tirar um animal da rua convém que vá para uma condição melhor do que a que estava anteriormente, senão o nosso trabalho não tem qualquer sentido”, frisa a jovem.

sofia portela 5

Os sonhos continuam e, futuramente, Sofia Portela ambiciona conseguir “um abrigo para que a associação possa aumentar e chegar a mais animais. Mas um abrigo exige muitos mais voluntários, com muito mais presença e como somos uma associação jovem há uma tendência para que a maior parte esteja fora de Amarante durante a semana. Isso é uma dificuldade“, diz.

Para além disso, “alugar um espaço e transformá-lo num abrigo que tem de seguir condições, não só legais, mas de bem-estar animal, ´é muito difícil, tanto a nível financeiro, como a nível de logística”, acrescenta a jovem.

Sofia Portela apela à ajuda da comunidade, que pode apoiar a Associação Missão Animal com donativos monetários, através de transferência bancária ou MBWAY.