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Em Marco de Canaveses, na região do Douro, Tâmega e Sousa, ou no Grande Porto podem ser apreciadas marcas deixadas pelo artista Send Machado. Natural de Rio de Galinhas, tem deixado o seu registo em paredes e murais há mais de 25 anos e continua certo de que é um “amor incondicional”.

“O Send sem a pintura não é o Send, é o Fábio”. Mas embora tenha adotado o nome por volta dos 15 anos, a arte começou a fazer parte da vida do Fábio desde pequeno. “Na altura da escola já andava de lápis e folha na mão. Surgiu quando era pequeno, mas sempre tive o gosto de desenhar, folhas, lápis e caneta, o básico àquilo a que uma criança tem acesso. Desenhava em casa, na escola, durante as aulas também ia fazendo uns desenhitos, incluindo nas secretárias”, recorda, entre risos.

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Não tem a certeza se o gosto surgiu do pai… ou talvez do tio… mas sabe que é uma “paixão” e, acima de tudo, uma necessidade. “É uma necessidade, porque preciso de fazer pintura para me sentir bem”, realça, acrescentando “preciso de deitar para fora, acaba por ser o meu escape, para além dos murais tenho necessidade de pintar fora disso, desenvolver conceitos ou fazer homenagem a um artista, há várias maneiras de me expressar. Procuro ter um estilo diferente. Acabo por registar a minha vida e as minhas fases”.

Fábio Machado cresceu no meio da natureza e em cima de árvores, foi uma criança de “rua”, um miúdo de pintar nas paredes, um adolescente “sossegado” a desenhar e um “rebelde” durante as brincadeiras, mas que sempre se encontrou nos graffitis. “Procurava e procuro ser irreverente e tive a sorte de a minha família me apoiar. A minha mãe está feliz pelo caminho que estou a fazer agora”, revela.

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Na adolescência ainda seguiu a área da informática por considerar que era “a profissão do futuro”, mas a arte predominou sempre. “Mais tarde, estudei artes gráficas no Porto, na Escola Profissional e Artística Árvore”.

Numa fase em que Send Machado sente que necessita de “recomeçar”, o graffiti e as pinturas têm sido ainda mais fulcrais. “Tenho feito alguns trabalhos que sobressaem aos olhos e tenho me tentado afirmar”.

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Para além das preocupações profissionais, Fábio Machado é também pai de uma filha com quase 12 anos. “Tenho de lutar para a ajudar e ser o melhor para mim”, destacou. Embora a arte seja um “amor incondicional”, Send lamenta que, por enquanto, sobrevive da arte. “Ainda não dá para ter estabilidade e conforto, há pessoas da minha idade que estão nesse nível, mas às vezes são as circunstâncias da vida”. Mesmo assim tem expandido a sua arte pela região, confessando que vai para “onde houver trabalho. No entanto, acredito que a nossa região tem potencial para crescer a nível desta arte”.

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Paralelamente ao desenho, o artista marcoense também levou a sua arte até à pele, através da tatuagem que iniciou há 12 anos e que descreve como algo “mais imediato e acessível”.

Ao longo desta longa jornada, Send Machado tem procurado incentivar outras pessoas a optarem pelo caminho das artes e a olharem-na como “uma forma de subsistência, embora não seja fácil, mas é um processo evolutivo e uma abertura de mentalidades. Ultimamente, as pessoas já valorizam mais e acham algo bonito. Embora ainda exista muita gente que faz trabalhos brilhantes e continua anónima, mas há todo um processo”.