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Sem proteção, João Dias escalou uma zona de agulhas graníticas: "foi um prazer escalar ali"

Redação

Adrenalina e a euforia da concretização são as sensações predominantes em cada escalada que João Dias concretiza e em que supera as vias. Natural de Pedorido, mas a residir em São Martinho, o paivense desafiou-se a experimentar a modalidade de escalada depois de umas férias nos Picos da Europa, seis anos depois é apaixonado pela modalidade e fundador do projeto Ratonar.

Quando João Dias começa a escalar só tem uma certeza: a derrota, com a qual partilha que é preciso saber lidar, porque é "a única coisa que temos. Só quando terminamos e resolvemos uma linha sem cair é que sentimos o prazer e concretização". 

Antes da escalada, o paivense já era fascinado pela caminhada em montanha. Durante umas férias nos Picos da Europa, sentiu vontade de experimentar a escalada, acabou por se aventurar e começou a prática da modalidade após se ter inscrito no Núcleo de Montanha de Espinho. Atualmente, sente que atingiu "bastante autonomia" em várias vertentes da escalada. 

Com a prática, João Dias descobriu uma forma nova de exercitar "todo o corpo", considerando ser um dos desportos "mais completos" e que exigem "maior nível de esforço, concentração, foco e dedicação". A cada escalada que o paivense faz enfrenta um novo "desafio de superação. Submetemo-nos a determinadas condições que não encontramos em mais nenhuma modalidade. Quando escalamos estamos 100% focados na resolução do problema e temos de decifrar a forma de chegar ao topo sem cair, porque é uma modalidade de desafio. A sensação de concretização é bastante grande quando conseguimos finalmente resolver o problema da via que estamos a escalar". 

Até hoje, o maior desafio que ultrapassou foi a Serra de Gredos, em Espanha, conhecida como "Galayos". Nesta zona "lindíssima de agulhas graníticas", João Dias fez a chamada "escalada clássica", onde escalou uma montanha "sem proteções, isto é, as vias não têm equipamento fixo na parede, somos nós que temos de levar esse equipamento e colocá-lo na parede. Falamos de vias de cerca de 300/400 metros, foi um dos locais que mais prazer me deu escalar, também pelo desafio porque somos nós que temos de nos proteger", partilhou. 

Apesar da paixão pela escalada, João Dias decidiu não entrar em competições devido à idade com que começou a praticar, 34 anos. "Posso participar nos encontros de rocódromo nos ginásios de escalada na zona Norte, mas não mais do que isso, porque já não tenho idade para entrar em competições com malta muito jovem e que é bastante feroz".

O evento Ratonar tem despertado a "curiosidade" da região para esta modalidade 

Desde que João Dias se envolveu com o mundo da escalada que, ao longo de seis anos, tem notado um crescimento da "curiosidade" por esta modalidade, sobretudo depois da criação do projeto Ratonar.  

"O evento começou em 2021 com a zona de escalar do Ratão, fica na freguesia de Bairros, mesmo junto ao rio Paiva, o evento começou por ser algo informal, isto depois de já termos desenvolvido um outro setor em Pedorido, a zona de escalada do Penado de Lastrão. Mais tarde, juntamos o grupo e mais algumas pessoas que costumavam escalar connosco e realizamos outro evento desportivo, no ano seguinte foi algo maior e este ano já foi realmente desenvolvido. Cresceu bastante, mas continua a manter o espírito natural do Ratonar original", explicou, em entrevista ao Jornal A VERDADE.

A escalada é um desporto que envolve "algum risco", mas desde que acompanhados por algum profissional, o responsável pela Ratonar garante que os receios vão se "dissipando". A partir daí, de forma "esporádica ou regular" acaba por ser uma modalidade desportiva que mantém as pessoas "fortemente interessadas", notando que é um desporto "em crescimento", sobretudo, a escalada em bloco.

João Dias explica que este estilo de escalada é feito "indoor. São paredes pequenas que não exigem muito conhecimento técnico a nível de segurança, porque as pessoas escalam e depois têm colchões no chão para amparar a queda. Mais tarde, começa-se a notar uma transição dessas pessoas para a escalada desportiva, tanto indoor como em rocha". 

Atualmente, João Dias partilha que a oferta em escalada "é bastante grande" e, por isso, basta que as pessoas dirijam-se a um rocódromo, nestes casos mais focado na escalada indoor, ou a um clube/associação para experimentar a escalada desportiva outdoor, neste caso, o Núcleo de Montanha de Espinho, Escola de Montanha e o Clube Nacional de Montanha. 

Evento Ratonar

https://averdade.com/evento-desportivo-ratonar-esta-de-regresso-a-castelo-de-paiva-com-escalada-e-highline