Foi aos 13 anos que André Moreira se mudou de 'malas a bagagens' para a capital portuguesa, com o objetivo de seguir um sonho: ser jogador de futebol.
Natural da freguesia de Duas Igrejas, concelho de Paredes, o jovem de 16 anos, vive na academia do Sport Lisboa e Benfica (S. L. Benfica), a uns largos quilómetros da família e amigos. "Inicialmente, foi complicado porque era uma realidade diferente, mas no clube têm grande um apoio. Existe uma área social que lhes dá apoio quando são mais pequenos", conta o pai Vítor Moreira.
Longe de casa desde tenra idade, André Moreira "sempre contou" com o apoio da família. "Tinha de ter suporte emocional, porque quando ganham é espetacular, mas quando as coisas estão mais difíceis, quem está ao lado deles são os pais e alguns amigos".
O jovem jogador de futebol começou a jogar quando tinha 11 anos e foi o Futebol Clube Paços de Ferreira a primeira e única 'casa' antes de rumar ao S.L. Benfica. "Na altura, viram-no e perceberam que tinha potencial. Nós, família, sabíamos que tinha qualidade, assim como o FC Paços, mas alguém do Benfica percebeu e contactou-nos. Escolhemos este clube, porque na minha perspetiva, é o melhor e ainda hoje acho isso", frisa o pai.
Hoje, o apoio ao filho é contaste, ou melhor, é feito "todos os oito dias que vou ter com ele. Desde há quatro anos que a minha vida é Lisboa - casa. Temos de estar presentes. Está provado que todos os filhos que estão lá e que têm sucesso, normalmente os pais estão quase sempre ao lado".
Aos 14 anos anos, André Moreira assinou o contrato de formação com o clube em dezembro de 2022 assinou o contrato profissional, que o mantém ligado ao S. L. Benfica por mais três anos. Nesta fase da carreira, Vítor Moreira acredita que cabe aos pais a responsabilidade de contrariar a ilusão do futebol. "Nem todos vão ser jogadores de futebol. Mesmo hoje, que já atingiu patamares altos, a probabilidade de ser é grande, mas é muito difícil chegar ao topo".
Para este pai, que acompanha todas as etapas do filho, "tem de existir empenho, humildade e sacrifício, porque sem isso não é possível. Quem está de fora pensa que é tudo espetacular, ganham muito dinheiro, mas sem sacrifício, nenhum chega lá".
Quanto a André Moreira, garante que "ele tem muita paixão por aquilo que quer lutar" e prova são as rotinas que tem de seguir para ir atrás do sonho. "Tem aulas à segunda, quarta e sextas-feiras. Quando tem aulas treina uma vez por dia, quando não tem à terça e a quinta-feira treina duas vezes por dia. É sempre trabalho, tem ginásio, nutrição, treino, palestras. Tem muito pouco tempo livre durante a semana", explica.
O atleta paredense integrou os convocados da seleção nacional de sub-17, no Euro 2023, e no dia 11 de junho, em representação pelo S. L. Benfica conquistou o Campeonato Nacional de Juvenis. O sonho é um, ser jogador de futebol, mas em tudo o que faz André Moreira "procura ter sucesso. Todos ambicionam jogar em Inglaterra, mas para ele a primeira etapa seria à equipa principal do Benfica. Se chegar a esse patamar todos os sonhos estão abertos", diz o pai orgulhoso.
Quanto a Vítor Moreira, o sonho é que o filho "seja feliz, é só isso que interessa. Tento mostrar-lhe que não é o dinheiro que traz felicidade, mas sim os amigos, a família e todas as pessoas que gostam dele. Claro que se puder juntar o útil ao agradável é melhor. Se ele estiver feliz nos também estamos".
André tem um irmão mais novo, de 13 anos, que joga no F. C. Paços de Ferreira e que vê nele "um ídolo. Também é guarda-redes como ele e está a tentar seguir as pisadas do irmão. Tenta fazer o mesmo e está a esforçar-se para isso".
Vítor Moreira nunca jogou futebol, mas sabe que, contrariando o preconceito, "um jogador de futebol de sucesso tem de ser muito inteligente. Há muitos a jogar futebol, têm de ser diferentes em algum coisa".