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No dia 2 de março, Joel Dias e Tiago Gonçalves vão apresentar a segunda curta-metragem “Reunião de Família 2 : O reencontro”, no Auditório Municipal de Castelo De Paiva. Um espetáculo que irá contar com teatro, cinema, música e dança, proporcionando uma “experiência mais arrojada”.

Em plena pandemia, e “há procura de algo para fazer” durante o confinamento, os dois primos, de Castelo de Paiva (Pedorido e Oliveira do Arda) decidiram criar o projeto humorístico “Reunião de família”. O “crescimento” do projeto levou à criação de outros conteúdos e eventos como o festival de curtas metragens de Castelo de Paiva, um quiz ao vivo (Reunião de Família – o Jogo) e teatro.

Em entrevista ao Jornal A VERDADE, Joel e Tiago recordam o início do projeto, os projetos que levaram ao seu crescimento e revelam os objetivos futuros para o mesmo.

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A vossa atividade profissional já era dedicada ao humor?

Não tem nada a ver. Eu sou psicólogo e o Joel trabalha numa empresa de calçado. Somos primos e temos uma relação muito próxima. Em crianças estávamos sempre juntos, que fosse na escola, fora da escola ou em casa da avó. Nada mudou até hoje, aliás jogamos futebol e trabalhamos juntos. Às vezes as pessoas dizem ‘não trabalhes com quem gostas’, mas nós não concordamos. No nosso caso tem corrido lindamente. 

Qual foi o ponto de partida para o projeto “Reunião de Família”?

O nosso projeto começa precisamente na pandemia. Como toda a gente estávamos à procura de coisas para fazer. Na altura, pensamos ‘se calhar agora era uma boa altura para fazermos um podcast’. Somos primos e sempre tivemos este lado humorístico. O Joel muito mais do que eu, porque ele já tinha escrito um livro de humor, e na pandemia pensamos que era o timing perfeito para lançarmos um projeto em conjunto. Também como uma forma de celebrar a nossa amizade. No fundo, foi passar as nossas conversas diárias para um formato áudio. 

Começamos a fazer o podcast e notamos que, da parte dos nossos amigos e algumas pessoas conhecidas da terra, começou a haver algum interesse. Com essa atenção, fomos tentando diferenciar o projeto. Numa primeira temporada começamos só os dois, eram conversas que tínhamos um com o outro. Numa segunda temporada começamos a introduzir convidados. Começamos com António Capelo, que é da nossa terra. 

Ganhamos outro balanço quando começamos a ter outro alcance e seguiram-se outros convidados: Ivo Canelas, Guilherme Leite, André Sandret, Paulo Teixeira (ex- presidente câmara Paiva), Chakal. Correu muito bem e começamos a pensar no próximo passo para diferenciar, ainda mais, o nosso projeto. Surgiu como ideia de criar uma curta metragem – Reunião de Família: O Adeus (2022). Apresentamos no primeiro festival de curtas de castelo de Paiva (fomos nós que organizamos). Depois dessa aventura e de ter corrido muito bem, muito melhor do que esperávamos (conseguimos chegar à Sic Radical), decidimos ir para um novo projeto, nova curta metragem, com a mesma equipa e mais algumas pessoas que nos vieram abrilhantar ainda mais esta segunda curta metragem. 

Acho que foi aí que começamos a perceber que isto poderia dar mais qualquer coisa. 

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O “Reunião de Famíliaoriginou outros projetos

Nós somos pessoas que se aborrecem com facilidade e estamos sempre à procura de novos desafios. Começamos com o podcast, depois quisemos introduzir convidados. Seguiu-se a curta metragem e começamos a ser contactados por alguns sítios. Temos feito algumas coisas para além da curta metragem e podcast, como eventos ao vivo.

O nosso projeto começou a ser mais reconhecido pela região e isso criou-nos estas oportunidades. Uma delas foi a criação do primeiro mergulho do ano. Aqui não havia nenhum evento desse género, fizemos o primeiro no dia 1 de janeiro. 

Aproveitam o vosso trabalho para promover o concelho de Castelo de Paiva?

Nós gostaríamos de promover ainda mais se tivéssemos a mesma vontade de todos os intervenientes. Esforçamo-nos por isso, aliás fizemos um festival de cinema em São Domingos, ao ar livre, um ponto mítico do concelho. Tivemos uma adesão incrível. E organizamos o festival de curtas metragens dois anos seguidos em dois pontos distintos do concelho. Nas duas curtas metragens temos imagens de Castelo de Paiva, só isso dá para chegar a algum lado. 

Recentemente. começamos um grupo de teatro e fizemos a estreia da nossa primeira peça que foi escrita por pelo grupo. As pessoas precisam destas estruturas para se vincularem à região onde estão. Com o grupo de teatro notamos muito isso, já houve no passado outros grupos de teatro, as pessoas recordavam-se disso e nota-se que a identidade permanece na medida em que nós somos capazes de preservar esta memória e de a renovar, através daquilo que fazemos. Temos essa contribuição através destes projetos, tentar sempre criar identidade.

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De certa forma, acabam por democratizar o humor e o acesso ao mesmo?

É um ponto muito importante, porque as aqui as pessoas não têm tanta oferta e nós, muitas vezes, falávamos entre nós que se quiséssemos ir ver uma peça ou ao cinema tínhamos de sair de Castelo de Paiva e ir para o Porto. Nós adoramos a aldeia, estamos muito felizes em viver aqui e se as coisas não acontecem cá vamos nós fazer, avançar com os projetos, para colocar uma semente.

Tendo em conta este crescimento, muita coisa ainda pode surgir. Imaginam-se a viver apenas desta arte?

O humor é mais por amor à camisola e porque isto é uma celebração da nossa amizade e nos divertimos a fazer isto. As pessoas precisam de ter uma ocupação em que sentem que estão a fazer alguma coisa. Como agora associamos os nossos amigos, faz com que tenhamos um apreço maior por estas coisas.

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O que é que o humor vos dá a vós? É um fugir à rotina?

É um escape também. A vida era muito chata se não tivéssemos nenhum hobby / passatempo completamente diferente daquilo que fazemos. Abre-nos as portas para conhecer muitas pessoas interessantes, para nos rirmos, para vermos os outros a rir também é ótimo.

Quais são os sonhos /objetivos futuros para o projeto?

Estamos sempre a inovar. Há uma ideia que ainda não saiu do papel. Gostávamos de fazer um almoço/jantar numa ponte centenária de Castelo de Paiva (recriar o momento da inauguração da ponte Vasco da Gama). Seria um evento totalmente diferente do que fizemos até agora. Mas há mais ideias.