Nos últimos anos a sociedade tem sido desafiada a aumentar a participação ativa na comunidade, numa tentativa crescente de apelo à responsabilidade civil para ajudar na resolução de desafios sociais, que persistem há várias anos e para os quais não há resposta social adequada. Um dos grandes desafios que enfrentamos relaciona-se com o aumento dos sentimentos de solidão e o isolamento social das pessoas idosas, o qual ampliará inquestionavelmente nos próximos anos, atendendo à ausência de respostas e à tendência progressiva e inalterável do envelhecimento da população.
Através de estratégias como o Voluntariado de Proximidade é possível cuidar dos idosos que vivem mais próximos e, em muitos casos, o Voluntário torna-se na única pessoa que durante a semana visita a pessoa e lhes dedica o seu tempo.
Ser Voluntário de Proximidade pressupõe um compromisso responsável, através da doação flexível e gratuita ao outro, criando-se um espaço de encontro e partilha. Deseja-se que as gerações futuras possam contar com um modelo coeso de intervenção comunitária, capaz de aumentar o bem-estar da população e potenciar uma retaguarda segura e eficaz. Todos são desafiados a desenvolver junto da comunidade relações de proximidade, de entreajuda e sentido de família. Na realidade, a expectativa de que, em tempos de necessidade se pode contar com a ajuda e apoio de outros é essencial para o bem-estar e saúde, potenciando sentimentos de segurança.
Porém, não será justo salientar apenas os benefícios do Voluntariado para os destinatários e para a comunidade em geral, se ao próprio Voluntário, entre muitos outras questões, é possível aumentar e melhorar as capacidades sociais, conhecer-se melhor enquanto pessoa, diminuir o stress e aumentar os níveis de felicidade, simplesmente pela gratidão e pela diferença que fará na vida de cada pessoa a quem se dedicará. Ser Voluntário de Proximidade é um desafio para todos.
Mariana Gomes
Psicóloga – Responsável pelo Projeto MISSE'2G Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses