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Todos nós ansiamos pelas férias que, por norma, significam descontração e despreocupação: é a fuga das obrigações laborais, é a ausência do cumprimento de horários, é a liberdade de ter tempo para desfrutar dos prazeres da vida. Contudo, se por um lado o início das férias pode ser pautado de emoções positivas, o final pode ser marcado por dificuldades e emoções negativas: tristeza, falta de motivação, cansaço e irritabilidade, dificuldades ao nível da concentração e/ou ansiedade. Falamos, portanto, do síndrome pós-férias que, apesar de não ser considerada pelos manuais de Psicologiauma doença ou um tipo de depressão, merece a atenção das pessoas e dos profissionais, uma vez que pode afetar significativamente o bem-estar físico e mental. Assim, se em certos casos regressar ao trabalho é algo feito com tranquilidade, noutros casos pode ser um autêntico martírio.

De forma a minimizar o impacto do regresso à rotina, deixo-lhe algumas estratégias que possibilitam a promoção de bem-estar físico e mental e que podem ser facilitadoras nesta transição.

1. Evite que o último dia de férias (fora de casa) seja na véspera do regresso ao trabalho.

2. Nos últimos dias de férias, adquira uma higiene adequada do sono e passe a deitar-se e a levantar-se mais cedo – ajuste progressivamente os horários e as rotinas.

3. Planeie o regresso ao trabalho: é importante estabelecer metas e objetivos realistas, de modo a evitar a sobrecarga. Comece de forma gradual.

4. Foque no positivo e nas coisas pelas quais é grato: lembre-se das boas experiências das férias, mas lembre-se também de aspetos positivos da sua rotina (ao nível laboral, familiar e/ou social).

5. Reserve tempo para si mesmo: ao longo de todo o ano, proporcione a si próprio momentos de alegria e de prazer (quer seja ao final do dia, quer seja aos fins de semana).

6. Pratique o autocuidado, através de exercício físico, de alimentação saudável, de meditação ou de outra atividade que lhe proporcione bem-estar físico e mental.

7. Planeie futuras atividades que lhe permitirão retirar algum prazer e relaxar (ir ao cinema, jantar com amigos, passar um fim de semana fora).

É expectável que o mal-estar do pós-férias desapareça. No entanto, se após duas semanas não se sentir melhor, é aconselhável a procura de ajuda psicológica, no sentido de compreender a sintomatologia e as suas causas.

Vanessa Pinto Ribeiro
Psicóloga Clínica e da Saúde da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses