Pericardite é uma doença cardíaca secundária à inflamação do pericárdio, a membrana que reveste o coração.
Principais sintomas
- Dor no peito;
- Dificuldade em respirar;
- Palpitações;
- Febre;
- Cansaço;
- Tosse persistente;
- Edemas.
Normalmente, a dor no peito causada pela pericardite piora na posição de deitado e quando a pessoa respira profundamente ou tosse; tende a melhorar ao se sentar inclinando o tronco para a frente.
Principais causas
- Infeções por microrganismos (vírus e bactérias);
- Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide;
- Insuficiência renal;
- Doenças da tiróide;
- Traumatismos no tórax;
- Enfarte agudo do miocárdio;
- Uso de alguns medicamentos, como isoniazida e hidralazina;
- Neoplasias, especialmente em caso de metástase.
COVID-19/Vacinação contra COVID-19
Embora seja raro, a pericardite pode ser uma consequência da COVID-19 secundaria à resposta inflamatória intensa do corpo para combater a infeção e à inflamação do coração provocada pelo vírus. O risco de pericardite após a vacina da COVID-19 é baixo, sendo mais frequente em homens jovens e após a segunda dose de vacinas constituídas por mRNA, como a da Pfizer e Moderna.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de pericardite é feito pelo cardiologista ou clínico geral, tendo em consideração os sintomas e resultados de exames (eletrocardiograma e ecocardiograma).
Tipos de pericardite
Pericardite aguda: inflamação que dura menos de 4-6 semanas;
Pericardite crónica: inflamação que persiste por mais de 3 meses;
Pericardite constritiva: quando o pericárdio perde a capacidade de se "esticar" prejudicando o funcionamento do coração.
Como é feito o tratamento
O tratamento da pericardite pode ser feito com uso de anti-inflamatórios, como ibuprofeno ou ácido acetilsalicílico (até 2 semanas) e colquicina (pode ser indicada por 3 a 6 meses).
Possíveis complicações
As complicações da pericardite são mais frequentes no caso da pericardite crónica ou quando o tratamento não é feito adequadamente, podendo evoluir para pericardite constritiva e tamponamento cardíaco, quando ocorre a acumulação de líquido dentro da membrana que reveste o coração. As complicações da pericardite podem colocar a vida da pessoa em risco, estando o internamento indicado nestes casos.
Hélder Ribeiro
Cardiologista com o grau de Consultor de Cardiologia
Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses
Hospital da Luz Amarante, Arrábida e Vila Real
Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro