santa saude 1 junho dra. marta barbosa ginecologia
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Umas das perguntas mais frequentes nas consultas de Obstetrícia refere-se a limitações da alimentação e do contacto com gatos durante a gravidez. Estas questões colocam-se por causa de um tipo de infeção causada por um parasita, o Toxoplasma gondii que causa a Toxoplasmose.

A Toxoplasmose é uma doença que pode passar despercebida numa pessoa saudável. Por isso, antes da gravidez ou no início da vigilância da mesma, o seu médico assistente vai solicitar uma análise dirigida a Toxoplasmose. Vai assim perceber se está ou não, imune. Se estiver imune, a probabilidade de ter doença é mínima, pode deixar de se preocupar com isso.

As senhoras que não estão imunes vão repetir esta análise durante o resto da gravidez e deverão ter alguns cuidados porque o parasita pode atravessar a placenta e causar doença no bebé. Percebemos melhor como evitar a doença se conhecermos melhor o Toxoplasma: é um parasita de cujo ciclo de vida faz parte o intestino do gato. O gato infetado pode defecar no solo contaminando os vegetais, que podem ainda ser ingeridos por outros animais que se tornam eles também infetados. Desta forma, evita-se a infeção lavando bem as mãos e/ou usando luvas ao manipular a terra ou gatos e suas dejeções; comendo frutos e legumes ingeridos crus apenas depois de muito bem lavados; comendo a carne dos animais depois de muito bem cozinhada (ou depois de ter permanecido no congelador durante um dia); lavar bem com água e sabão os utensílios de cozinha utilizados na manipulação destes alimentos – como as facas e tábuas de cortar a carne.

Se se suspeitar de doença através das análises, poderá realizar-se uma amniocentese: um exame no qual se extrai um pouco do líquido onde está o bebé. Se se identificar o parasita nesse líquido, ficamos com a certeza de que o bebé está infetado. Nesse caso, há antibióticos que podemos dar à mãe para que a probabilidade do bebé desenvolver doença grave, com sequelas, seja menor. As sequelas podem ser alterações na visão e do desenvolvimento intelectual e neurológico.

Assim, como se vê, não é preciso expulsar o seu gato de estimação de casa durante a gravidez! Basta ter alguns cuidados para se manter a si e ao seu bebé em segurança. Repare que chegou à idade adulta sem ter nenhum destes cuidados e sem contrair inadvertidamente a Toxoplasmose.

Marta Barbosa
Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia e Obstetrícia no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia – Espinho, EPE e no Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses