O cancro oral é um tipo de neoplasia maligna dos tecidos da cavidade oral.
As lesões podem aparecer nos lábios, palato, língua, pavimento da boca, gengivas, bochechas ou garganta. A sua localização mais comum é no pavimento da boca, bordo lateral da língua e palato mole.
O carcinoma da cabeça e pescoço é o 6º cancro mais comum em todo o mundo. É mais frequente nos homens, acima dos 45 anos de idade.
O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco no seu desenvolvimento.O cancro oral está associado a um estilo de vida menos saudável, com ingestão reduzida de vegetais e fruta, pobre em alimentos contendo agentes antioxidantes.
A exposição solar sem proteção está associada ao cancro do lábio.
Há crescente evidência do papel de agentes infeciosos na origem deste cancro, como é o caso do papiloma vírus (HPV), que está associado a muitas das neoplasias da base da língua, amígdalas e palato mole.
Inicialmente, o cancro oral é muitas vezes silencioso e indolor.
São exemplos de sinais e sintomas: úlcera persistente semelhante a uma afta comum que não cicatriza em cerca de duas semanas; mancha vermelha ou branca; dor ou dificuldade em engolir, falar ou mastigar; massa ou inchaço em alguma parte da boca, lábios ou pescoço e mobilidade dentária.
O tratamento do cancro oral é feito através de cirurgia, radioterapia e quimioterapia isoladas ou combinadas.
Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos, quer no diagnóstico quer no tratamento, o cancro oral continua a ter uma taxa de mortalidade elevada. Cerca de 60% dos doentes morrem cinco anos após a data do seu diagnóstico. O insucesso parece estar relacionado ao facto de grande parte dos casos serem diagnosticados tardiamente.
O diagnóstico precoce do cancro oral, levando ao tratamento atempado e curativo é a única forma de diminuir a sua taxa de mortalidade e de garantir a qualidade de vida dos doentes muito afetada pela área onde se encontram as lesões.
Por isso mesmo, é de extrema importância o aumento da literacia sobre as lesões precursoras de cancro oral na população,a frequência de consultas regulares de saúde oral para a observação de toda a mucosa oral e a vacinação contra HPV (já integrada no programa nacional de vacinação).
Se detetado atempadamente, o cancro oral tem uma taxa de cura que varia entre 80-90%. O diagnóstico precoce salva vidas!
Luísa Sá Pereira - Médica Dentista da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses