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Rui Vieira tem 18 anos e, no réveillon do ano passado, o jovem trabalhador passou uma noite inteira e mais algumas horas de serviço para que toda a gente pudesse aproveitar a passagem de ano novo.

O trabalho obrigou o jovem a abdicar de tempo com a família e amigos no dia da passagem de ano para puder trabalhar neste que “é um serviço onde temos de ter mais algum cuidado”, segundo o mesmo.

O réveillon é para muitos um momento de festa e convívio, no entanto também são muitos aqueles que deixam de parte a vida pessoal para dar conta das grandes festas em quintas e salões que marcam a contagem decrescente até à entrada de mais um ano. “É uma passagem de ano, lidamos sempre com muitas pessoas”, descreve Rui Vieira, admitindo que durante o serviço “sentimos sempre uma espécie de negação por deixarmos a nossa família em casa e fazermos a passagem de ano de outras famílias”.

O trabalho na passagem de ano “é sempre um serviço memorável” que engloba múltiplas tarefas. “Numa noite passei pelo serviço de bar e pela sala. É sempre um serviço muito atarefado, é muita gente”.

Um serviço que requere uma fase de preparação bastante extensa “para termos a certeza de que tudo corre dentro do planeado”. Rui Vieira entrou no trabalho por volta das 15h00 do dia 31 de dezembro e só regressou a casa às 10h00 do dia seguinte. “No dia começamos logo cedo a fazer todas as preparações para garantir que corre tudo dentro do previsto”, explica o jovem trabalhador. E é esta a preparação que muitas vezes não é reconhecida pelas pessoas que aproveitam as festas, “as pessoas normalmente nem fazem ideia do trabalho que temos de fazer”.

São, em média, 15 ou 16 horas de serviço contínuo e também é por isso que “há momentos para tudo, há momentos para descontrair e há momentos de mais trabalho, e estas são coisas que só acontecem quando fazemos parte de uma equipa unida”.

Apesar de todo o trabalho o momento mais esperado da noite não deixa ninguém indiferente, “acabamos por ficar animados à meia-noite mas ao mesmo tempo estamos a pensar na família que deixamos em casa. A família gostaria de me ter em casa, para celebrar, mas com a minha idade, preciso de dinheiro e então tento aproveitar sempre o serviço que consigo”, realça Rui Vieira.

Este ano, o jovem de 18 anos não vai trabalhar durante o réveillon mas as recordações do serviço do ano passado ainda estão bem presentes, “estava nervoso, achei que ia ser mais difícil, mas depois começando a preparar as coisas, acabei por perceber que ia ser um serviço normal, um trabalho mais pesado, mas no fundo é como todos os outros”.

E terminada a noite de festa para uns e trabalho para outros, o sentimento que fica é “de dever cumprido. Quando acabou nem pensei mais no assunto nem no tempo que perdi com a família”, confessa.