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Rita Silva no The Voice Portugal: "Nunca é tarde para mudar de vida, seja aos 30, 40 ou 50 anos"

Redação

Até à noite de domingo, dia 24 de setembro, Rita Silva era um rosto desconhecido dos portugueses, mas agora será mais um dos concorrentes a acompanhar no programa televisivo "The Voice Portugal". Esta não foi a primeira participação no formato, uma vez que "há cerca de sete anos" já havia tentado a sorte no programa. "Na primeira vez não consegui chegar às provas cegas, mas também era uma pessoa completamente diferente", recorda a jovem de 31 anos, natural de Castelo de Paiva.

Passaram alguns anos e agora com dois filhos, Rita Silva decidiu voltar a lutar pelo sonho de "conseguir um lugar no mundo da música". Na segunda participação conseguiu chegar às Provas Cegas e virar uma cadeira, que lhe permitiu passar à fase seguinte. "Foi uma emoção fora do normal. Já estava a acreditar que não ia acontecer, foi mesmo até ao fim. Nem quis abrir os olhos para ver, só quis disfrutar daquela alegria. Acho que foi o culminar do trabalho de muitos anos, de muito querer. É no palco que me sinto feliz, enquadrada, é onde pertenço"

Sem qualquer "tristeza" por não ter seguido em frente na primeira participação, confessa que "há 'nãos' que vêm na altura certa e experiências que só devem vir mais tarde. No meu caso, foi a melhor coisa ter esperado este tempo todo, porque a preparação é outra, assim como a força de vontade. Acredito que quando queremos muito uma coisa e recebemos um não acabamos por pensar 'fogo, mas eu quero tanto isto', e acaba por dar uma força extra", garante.

No final da atuação e quando questionada sobre os motivos que a tinham levado a pisar o palco do The Voice Portugal, a jovem de Castelo de Paiva começou por explicar que se move pelo objetivo de "não desistir" dos sonhos. "Nunca devemos desistir de nós. É um processo, porque à medida que a educação vai evoluindo, à medida que as nossas experiências vão sendo outras, vamos aprendendo que nós estamos em primeiro lugar, para que possamos dar aos outros também. Se nós não estivermos bem, se não apostarmos em nós, como vamos conseguir dar aos outros? É um caminho longo, mas quando percebemos isso acho que é muito reconfortante e acabamos por conseguir dar muito mais".

Rita é mãe de Hugo e Afonso, mas não viu na maternidade um entrave para continuar a fazer o que mais gosta. Pelo contrário, encontrou "mais força, mais do que nunca" e é a eles e a outras crianças que pretende passar a mensagem de que "não vale a pena desistir dos sonhos e não há horas, não temos de cumprir algo até uma certa idade. Por que não podemos reconstruir a nossa vida todos os dias? Por que não pode ser sempre diferente? Acho que é isso que nos traz algum conforto e que quero transmitir aos meus filhos: está certo mudarmos, tentarmos de novo, cair e levantar, está tudo bem, seja em que idade for. Nunca é tarde para mudar de vida, seja aos 30, 40 ou 50 anos".

Contrariando o "prazo" imposto pela sociedade, a paivense acredita que "é importante investirmos em nós, na nossa formação, nos nossos sonhos, nos nossos projetos. É isso que nos leva a encontrar a felicidade". Para além disso, vê com bons olhos a "evolução" geracional e confia que "estamos no caminho certo, que nos vai permitir alcançar coisas novas e sermos mais livres".

Desde "pequenina" que a música faz parte da vida de Rita Silva. Começou a aprender por volta dos cinco anos por influência, sobretudo, da família. O "bichinho" permaneceu e continuou a estudar música e a participar em diversos projetos. "À medida que o tempo foi passando percebi que era na voz que eu me sentia em 'casa' e comecei a investir mais na minha formação enquanto cantora e a descobrir para que áreas da música gostava mais de me direcionar. Fui estando ligada a projetos, a cantar com algumas bandas, mas faltou sempre o meu bichinho para investir em mim". Mas pelo percurso, a jovem tentou "fugir" à música e enveredou pelo curso de Direito. "Achava que queria fugir da música, porque não ia conseguir nada e não queria ir para a educação. Mas é engraçado que passados alguns anos e depois de ser mãe percebi que é com as crianças e com a educação que me sinto muito à vontade. A vida dá muitas voltas".

Não fugiu da "paixão" e, atualmente, trabalha "em eventos, como casamentos e festas privadas. É incrível, permite-me conhecer imensa gente. Fugi a achar que estava fora da minha zona de conforto e saindo dela é que percebi que ali é que fazia sentido".

A viver uma experiência "incrível", num ambiente "muito familiar", onde a aprendizagem "é a maior riqueza", Rita Silva revela os objetivos futuros. "Gostava de dar a conhecer a minha vertente de compositora e de letras, algo íntimo e gostava de lutar pela oportunidade que procuro há tantos anos e que agora é o momento ideal, quero conseguir o meu lugar no mundo da música. Acho que já o tenho, mas num lugar mais especial, mais próprio e conhecer novas pessoas, acima de tudo ser muito feliz", garante.

A jovem de Castelo de Paiva considera a aprendizagem "o melhor" de todas as experiências e com a sua 'voz' pretende transmitir a quem a acompanha que "é possível ser mãe, mulher, ser muita coisa e ter sonhos. Temos de abandonar a ideia de que temos de ser só uma coisa. Durante muitos anos achava que estava errada, porque gostava de fazer tanta coisa, mas está tudo certo saber fazer muita coisa e gostar de coisas diferentes. E se falharmos a seguir também está tudo certo. Acho é que nunca é tarde para mudar de vida, o objetivo é sermos felizes".

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