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Aos 23 anos, Ricardo Rocha tem “os pés bem assentes na terra” e a certeza de chegar “o mais longe possível” no mundos dos ralis.

Em 2023, o jovem amarantino estreou-se na competição no Rali de Mesão Frio, uma “porta de entrada” para ser um dos selecionados para o Troféu FPAK Júnior Team de Ralis. “É a primeira vez que vou participar. Depois dos testes realizados fui um dos seis pilotos selecionados para o disputar”.

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Em entrevista ao Jornal A VERDADE, Ricardo Rocha assume algum “nervosismo e ansiedade” para disputar o troféu. “É algo que já ambicionava há algum tempo. O meu sonho sempre foi ter os ralis na minha vida e, ao longo deste tempo todo percorrido, estou a conseguir o que eu sempre ambicionei e desejei”, garante.

O troféu, disputado a nível nacional, será dividido em cinco provas, a começar em Castelo Branco (21 e 22 de junho), seguindo para Viana do Castelo (12 julho), Vouzela e Viseu (30 e 31 de agosto), passando em Chaves (13 e 14 setembro), terminando com o Rallye Vidreiro – Centro de Portugal (11 e 12 outubro).

“As minhas memórias de criança são sempre a brincar com carros”

Ricardo Rocha é o primeiro piloto da família e confessa que o “gosto” pelo desporto automóvel foi “algo natural. Acho que já nasceu comigo, porque não tenho ninguém da família ligado a este desporto. O meu irmão gostava muito de motas, eu fui mais para os carros e, desde que me lembro, sempre adorei os ralis. Tudo me emocionava. Aliás, as minhas memórias de criança são sempre a brincar com carros”, recorda.

Do gosto ao pensar ‘quero fazer ralis’ foi um processo “planeado. Não foi espontâneo, mas sim algo que sempre ambicionei desde que me conheço. É um desporto que não é fácil de se conseguir, mas também não é impossível. Eu costumo dizer que o impossível está na nossa cabeça e o caminho que tenho percorrido está a proporcionar aquilo que eu sempre desejei”, garante o amarantino.

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O jovem piloto decidiu “delinear” todo o percurso “para conseguir concretizar o um objetivo”, mas sobretudo um “sonho” que começou em 2023 com a participação no rali de Mesão Frio. “Foi uma experiencia engraçada e que deu para perceber que com trabalho e tempo estamos no caminho certo para sermos rápidos e termos um bom futuro”.

O primeiro contacto com os ralis foi em 2020, durante a formação em Mecatrónica Automóvel. “No ensino secundário tinha um professor que já tinha sido navegador e piloto e conversava muito com ele sobre isso. Entretanto, fui para um Curso Técnico Superior Profissional (STESP) em Bragança e tinha um estágio para realizar. Fui fazê-lo a uma equipa nacional de ralis”, conta.

Ficou integrado na equipa como mecânico (freelancer), mas “o bichinho para passar para trás do volante era sempre maior“, confessa Ricardo Rocha.

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O dinheiro não tem valor para o que se sente ao realizar um objetivo

Quando decidiu seguir o desporto automóvel sabia que havia “escolhas a fazer” e um “investimento ao nível financeiro e de tempo. Tem de haver uma boa gestão de tempo pessoal, porque temos de dispor de muito tempo, desde a parte do reconhecimento às provas. E a base, e mais importante, é o investimento financeiro“.

Mas o piloto não tem dúvidas de que “o dinheiro não vale nada para o que se sente ao realizar um objetivo que já temos delineado há muitos anos. O que sinto quando estou na pista compensa todo o investimento“.

Um admirador confesso de Armindo Araújo, um piloto que “começou do zero”, Ricardo Rocha conta com o apoio da família, especialmente da “mãe e do irmão. É compreensível que fiquem reticentes, porque é um desporto perigoso, mas são os meu pilares e só lhes tenho a agradecer”.

Ricardo Rocha deixa uma mensagem de motivação a outros jovens

Pensar no futuro é “um pouco complicado”, mas o jovem amarantino reconhece que é preciso “viver o presente com os pés assentes na terra. Seria incrível vencer o troféu, fazer o campeonato nacional de juniores. E era incrível um dia chegar ao campeonato nacional ou até mesmo ao europeu de ralis”.

Para já, deixa alguns conselhos a outros jovens que partilhem do mesmo sonho: “Não desistam. Eu tive momentos em que pensei em desistir e arrumar para canto este meu objetivo, mas felizmente tive pessoas que estiveram ao meu lado e me disseram me que eu iria conseguir e assim foi. Não podemos desistir dos nossos objetivos, temos de nos focar ao máximo, porque no final é muito bom podemos desfrutar daquilo que sempre desejamos”. termina.