Este ano, o calendário Islâmico celebra o Ramadão desde o dia 22 março e termina esta sexta-feira, dia 21 de abril. É o nono mês deste calendário e o mês da bênção e do perdão para quem o vive.
O jejum deve ser vivido entre as quatro da manhã (hora do nascer do sol) até às 21h00. Só após esta hora é que o crente pode comer e beber, enquanto que durante o dia é privilegiada a oração.
É um período delicado para todos os que o cumprem, mas exigente para os atletas de alta competição, que conciliam este sacrifício com o trabalho diário. Baba Zakari é um desses casos e em declarações ao Jornal A VERDADE, o jogador do União Sport Clube Paredes revela como vive e mantém o equilíbrio entre a fé e o futebol.
Como nos conta, o jejum é um dos cinco pilares do Islão durante o Ramadão, "juntamente com o testemunho de fé, a oração, a caridade. Os muçulmanos são obrigados a participar todos os anos, embora haja dispensas especiais para os doentes, grávidas ou mulheres que estão a amamentar, que estão menstruadas, ou a viajar, e para as crianças pequenas e os idosos".

Durante o Ramadão, os muçulmanos jejuam, rezam, lêem o Alcorão e realizam atos de caridade. "O objetivo dessas atividades é ajudar os muçulmanos a observar a purificação espiritual, empatia e autodisciplina", garante o avançado de 24 anos.
Dizem que os benefícios religiosos do jejum "são vastos" e existe a crença de que "o profeta tenha dito: 'quem jejuar o Ramadão com boa fé e esperar a recompensa de Deus, terá os seus pecados passados apagados'. Por isso, jejuamos para sermos purificados e ganhar a bênção de Deus", diz Baba Zakari.
Para o atleta, natural do Gana, conciliar o Ramadão com o trabalho físico de um jogador de futebol, por vezes, pode ser "difícil", mas garante estar "habituado. Tenho planos do nutricionista do clube para manter o equilíbrio, então não perco a força".
Para ser possível manter o rendimento desportivo, Baba Zakari diz que ser "apoiado pela equipa". No entanto, os treinos são mantidos como os restantes colegas. "Não tenho nenhuma formação especial e isso não é necessário".
Em Portugal desde 2017, o jovem atleta garante que o sacrifício e os valores que recebeu "fazem com que tudo o resto valha a pena, muito!".