Distinguido com o "Prémio de Prevenção do Cancro Colorretal, Rafael Cardoso, um jovem de Baião, encoraja outros jovens a conhecer o mundo.
A vontade e o gosto em trabalhar na área das ciências e da saúde já acompanham Rafael Cardoso desde criança. "Lembro-me de quando estava na escola primária dizer que gostaria de ser médico", conta ao Jornal A VERDADE.
Motivado pela procura da raiz dos problemas e pela utilidade da investigação para a sociedade, o jovem de 29 anos tem presentes no seu currículo experiências internacionais importantes para o seu "enriquecimento profissional, mas, sobretudo, pessoal". Foi em 2015, em Copenhaga, Dinamarca, que Rafael Cardoso iniciou o seu percurso internacional, onde realizou um estágio de seis meses no gabinete europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS). Seguiu-se um Mestrado em Saúde Global na Universidade de Maastricht, Países Baixos (2016-2017), com intercâmbio de três meses em Bangkok, na Tailândia, e tese de mestrado em Estocolmo, na Suécia. Viveu ainda, entre o final de 2017 e início de 2018, cinco meses em Ispra, próximo de Milão, onde estagiou no centro de investigação da Comissão Europeia.
A viver desde 2018 em Heidelberg, na Alemanha, onde se encontra a fazer o doutoramento em Epidemiologia na Universidade de Heidelberg e investigação no Centro Alemão de Investigação do Cancro, Rafael Cardoso considera-se almejado pela sorte de estar a trabalhar no que gosta. "Gosto muito do que faço e tenho oportunidade de dizer isso a várias pessoas", confessa. Estudar ou trabalhar em realidades distintas não estava nos seus planos, "mas estamos a viver num mundo cada vez mais globalizado e, por isso, no futuro, as minhas portas estão abertas a qualquer país, se sentir que posso continuar a dar o meu contributo na área da saúde".
Atualmente focado no estudo do cancro colorretal, Rafael Cardoso espera que a investigação "encoraje fortemente os países com rastreio a intensificarem os seus esforços, e, particularmente, que motive os decisores dos países sem oferta de rastreio para planear e implementar programas organizados para fazer face ao inquietante aumento da incidência e progresso limitado na redução da mortalidade".
Recentemente, o jovem de Baião viu o seu projeto de Doutoramento distinguido com o Prémio de Prevenção do Cancro Colorretal, atribuído anualmente por uma fundação alemã, Fundação LebenBlicke, por trabalhos científicos na área da prevenção e deteção precoce do cancro colorretal, que surge no âmbito do Doutoramento, em colaboração com 31 registos oncológicos em 21 países europeus (incluindo Portugal) para estudar efeitos do rastreio do cancro colorretal a nível populacional.
Pela sua experiência Rafael Cardoso aconselha os mais jovens a sair da zona de conforto e arriscar. "A minha mensagem não é que não devem ficar em Portugal, mas temos oportunidades noutros países. O mundo é global e podemos sempre conhecer outras culturas".
Perspetivando o futuro, Rafael Cardoso revela que os objetivos passam, a nível profissional, por fazer algo que seja útil e que contribua para a saúde das pessoas. "Tenho oportunidade de estar a trabalhar num grupo que gosto e que faz algo muito positivo para a sociedade e, por isso, é algo que me motiva a ficar aqui".