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R.I.R: "Quero defender a democracia que neste momento, em Portugal, é artificial"

Redação

No próximo dia 10 de março, os portugueses serão chamados às urnas para eleger os deputados que vão representar os eleitores na Assembleia da República.

Nesse âmbito, o Jornal A VERDADE esteve à conversa com Vitorino Silva, cabeça de lista do Reagir Incluir Reciclar (R.I.R), no círculo eleitoral do Porto, que nos apresentou os objetivos do partido, os contributos que poderá dar para o distrito e a medida mais urgente a tomar após as eleições.

Quem é o Vitorino Silva?

Muita gente me conhece por Tino de Rans, mas um é o outro. O Tino é energia e ao criá-lo consegui chegar facilmente ao povo, o meu habitat natural. E não apareço só em tempo de eleições.

Desde que me conheço que sou político e fui para este mundo para colocar Rans (freguesia de Penafiel) no mapa. Tinha um irmão - o Neca - que era um visionário. Olhava para o mapa de Portugal e via Porto, Lisboa, Coimbra, as terras grandes, mas percebeu que as terras mais pequenas também cabiam no mapa. A luta dele foi colocar Rans no mapa e dizia que eu era capaz de o fazer. Quando morreu (de acidente), fui ter com ele à cama do hospital e disse 'vou por Rans no mapa. Passados estes anos, não sei se consegui cumprir, mas pelo menos tentei e continuo a pensar que todas as terras cabem no mapa.

Quais são os propósitos do R.I.R?

Fui presidente de junta de Rans durante anos e um dia. Depois houve uma altura da vida em que a minha filha começou a crescer e optei por deixar o mundo da política, voltar ao anonimato, para ter mais tempo para a família. Em 2019 voltei a este mundo, com a criação do partido R.I.R. Na altura escolhemos um partido para lutarmos de igual para igual, mas acho uma injustiça cidadãos independentes não poderem concorrer a deputados.

Na altura foi um "parto" difícil, mas o que é certo é que continuamos. Somos um partido do povo, queremos criar condições e "jogar limpo". Procuramos igualdade e, sobretudo, estar perto e ouvir as pessoas, são aqueles que conhecem a realidade. Somos um país de "excelências" e vou fazer tudo por tudo para que deixem de existir, que estejamos todos no mesmo nível. Os políticos não podem ter mais regalias do que um cidadão comum.

Quais são as prioridades e/ou contributos que o partido pode dar ao distrito do Porto, no global?

O Porto (distrito) é um muito mais do que o litoral, mas o certo é que há zonas muito mais privilegiadas. Dou muitas vezes o exemplo da "presa", em que os dinheiros do estado vão todos para o Terreiro do Paço e quando se abre, o dinheiro vai para Lisboa, Sintra, Cascais ... chega à cidade do Porto, mas não chega a Baião, Marco de Canaveses, Penafiel ... e eu quero descentralizar, não só de Lisboa para o país todo, mas quero também que os dinheiros que vêm para o distrito sejam mais distribuídos. Esta parte é esquecida e temos de ser justos.

Para além disso, quando fui candidato a presidente da república uma das minhas grandes lutas foi a saúde. Nesta zona não havia uma ressonância magnética e eu movi as minhas influências para mudar isso. Queriam que eu tirasse fotografias, mas o objetivo não era esse, era que quando as pessoas precisassem, o instrumento estivesse lá.

O interior do distrito tem muitas potencialidades e temos de mostrar a nossa beleza, a gastronomia, a cultura, o artesanato. Somos um povo muito simpático e que sabemos receber, mas é fundamental criar melhores condições. Dou o exemplo, também , da expansão do caminho de ferro para Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras para escoarmos os nossos produtos. Temos muita margem de progressão e eu quero também dar brilho e frescura ao parlamento.

Se for eleito, qual será a medida mais urgente a tomar?

Se for eleito deputado, mais importante que defender os interesses do partido, é do pais e da região, o partido vem depois. Vou dar grandes alegrias às gentes do distrito.

A primeira grande medida terá como foco os mais jovens, a geração mais preparada. Fico triste quando vejo gente muito preparada a levar o saber para fora do país. Se as pessoas podem ser felizes lá fora, quero que tenham essa oportunidade de ser em Portugal. Temos de criar condições aos mais jovens, para que estejam motivados. Temos de fixar o nosso talento, porque somos muito bons, mas temos talento a mais para um país tão pequeno. Temos de investir noutras coisas como maternidades, no ensino e nos nossos idosos, por exemplo.

Nestas eleições, vou fazer tudo por tudo para que as pessoas votem, que percebam a percebam a verdade do mesmo. Quero defender a democracia que, neste momento, em Portugal, é artificial. Sou candidato, porque sei que ainda posso dar um contributo e tenho muito a acrescentar. Se for eleito vou ser o fermento na Assembleia da República. Vou ter uma campanha original, genuína, autêntica e verdadeira. Não vamos fazer promessas e vamos andar pelo distrito para tocar e sermos tocados.