cibercrime cadeado
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Os números de queixas de cibercrimes recebidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quase duplicaram no ano passado. Os crimes mais frequentes foram phishing, sendo também denunciados casos de burla e fraude nas aplicações MBWay e WhatsApp.

Assim, a PGR recebeu um total de 2.124 queixas, valor este que duplicou em relação a 2021 e quase quadruplicou face a 2020.

“Em 2022, os números das participações entradas superam muitíssimo as do ano anterior”, afirma uma nota da PGR sobre as denúncias de cibercrimes recebidas pelo Gabinete Cibercrime da Procuradoria-Geral da República.

A PGR refere que as denúncias de cibercrimes recebidas por correio eletrónico pelo Gabinete Cibercrime “aumentam persistentemente, de forma consistente, de ano para ano, desde 2016”, mas foi em 2020 que as queixas aumentaram “de forma excecional”, após o confinamento devido à pandemia da COVID-19.

“Em 2021, o aumento foi ainda mais expressivo do que tinha sido em 2020, mais que duplicando. Em 2022 esta tendência manteve-se: foram recebidas 2.124 denúncias, quando em 2021 tinham sido recebidas 1.160. Portanto, registou-se um aumento de 73,58%. Pode dizer-se que, em termos médios, com oscilações anuais, em cada ano desde 2019, são recebidas o dobro das denúncias do ano anterior”, salienta o comunicado.

Assim, por mês foram recebidas cerca de 177 denúncias. A justificação para este grande número de ataques deve-se a um “esquema de pirâmide” que teve uma grande incidência online e que se dirigiu a muitas vítimas.

Entre todos os meses do ano, o de julho destacou-se por uma campanha criminosa de esquema de pirâmide. O esquema phishing consiste em “tentar obter dados de acesso a cartões e a contas bancárias, seguido das falsas convocatórias policias”.

Dentro das burlas das aplicações MBWay e Whatsapp teve particular destaque a burla “olá mãe, olá pai”, que consiste em convencer as pessoas de que os filhos perderam o telemóvel e que terminam em pedidos de dinheiro que variam entre os 750 euros e os 4 mil euros. Segundo a PGR, o esquema surgiu em setembro de 2022 e até à data receberam 65 queixas.

Por fim, o ano também foi caracterizado por burlas relacionadas com vendas online, através de páginas falsas de internet, burlas no mercado imobiliário, nomeadamente, relacionado com o arrendamento de casas de férias ou para estudantes e estrangeiros.