Sete metros de altura mudaram a vida de Paulo Silva para sempre. O homem natural de Amarante, Vila Caiz, sofreu uma queda durante o trabalho e ficou "preso" a uma cadeira de rodas, no entanto não "perdeu o ânimo" e lutou todos os dias para "continuar a aproveitar e a tirar o melhor da vida".
Durante estes 16 anos, continuou até ao ser lado a esposa, com quem tinha casado dois anos antes do incidente. "Era uma pessoa saudável e fui trabalhar para as obras, onde acabei por cair de uma obra de sete metros. Afetou-me a medula e fiquei numa cadeira de rodas. Aos 29 anos comecei a viver uma nova realidade, tinha casado há cerca de dois anos e tinha um filho que ia fazer um ano. Foi uma vida nova, foi tudo muito seguido, mas uma pessoa tem que levar a vida para a frente", garante.
O acidente aconteceu em Espanha e obrigou Paulo Silva a permanecer mais de um mês no estrangeiro, depois regressou ao país onde ficou nove meses internado e, mais tarde, voltou para casa, deu início à fisioterapia e permitiu, alguns anos depois, que a modalidade de ténis adaptado entrasse na sua vida.
"Antes praticava futebol, mas nunca tinha experimentado nada com raquetes e a verdade é que tenho gostado. Estou a começar a mostrar resultados e pretendo continuar", conta em conversa com o Jornal A VERDADE. Começou por praticar a modalidade em Marco de Canaveses, depois no Porto e acabou por se juntar ao clube lousadense: Lousada Tênis Atlântico.
De momento, encontra-se em repouso devido a uma operação que realizou este ano, mas em 2024 espera regressar. "Tenho saudades da raquete".
Embora ao princípio tenha "custado", Paulo Silva partilha que já se habituou à "nova realidade. Adaptei a minha carrinha e depois comprei uma nova que já vinha com tudo direitinho", conta.
"Uma pessoa nunca pode desistir e tem de ter muita força e levar a vida da melhor forma possível. Continuo a aproveitar e a tirar o melhor desta vida. Embora esteja numa cadeira de rodas faço a minha vida toda normal. Não perdi o ânimo, nem a garra, mas cada caso é um caso", são as palavras finais deixadas por Paulo Silva a pessoas que estejam numa situação semelhante.
Aos 45 anos, Paulo Silva vive um "casamento feliz" e conta com o apoio da esposa, filho e dos familiares e amigos.
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