O Presépio de Molares, também conhecido como "Aldeia em Miniatura", já dispensa apresentações, mas nunca é demais relembrar uma tradição familiar criada há mais de 16 anos pelo Sr. Carlos Mota, com a ajuda da família.
Composto por mais de 2500 peças de casas, figuras e animais, a atração fica localizada na Estrada Nacional 210, que atravessa o lugar de Estremadouro, na freguesia de Molares, concelho de Celorico de Basto.

Por esta altura, os dias são passados à volta do presépio, mas o celoricence tirou uns minutos do seu tempo para falar connosco e contar as novidades deste ano. No início da conversa, o Sr Carlos começa por dizer que "não é fácil" deixar uma tradição com tantos anos e continua a mantê-la pelas "muitas pessoas que procuram. Às vezes digo 'não vou fazer' e as pessoas dizem logo 'ui, não faça isso'. Então lá continuamos a fazer, as pessoas já ficam à espera para visitar, ano após ano".
O Presépio de Molares tem cerca de 100 metros quadrados e "não poderá aumentar mais", diz-nos o entrevistado, que, no entanto, faz questão em ir "mudando algumas peças. Algumas ficam mais velhas e coloco umas novas".


Conheça as novidades deste ano
Sabemos então que a dimensão se mantém, mas ficamos a conhecer as novidades deste ano. São duas e "muito bonitas. Um museu com umas peças antigas e depois fiz também o ferreiro, que está a mover-se, e tem lá outras coisas. Até são três novidades, mas essas duas são as que chamam mais a atenção. Sei que tem de haver coisas novas, se não as fizer as pessoas perdem o interesse", garante.
Tudo isto começou a ser preparado no dia 22 de dezembro, com a ajuda da mulher, da filha, do genro e "alguns amigos que se vão juntando, acaba por ser quase um convívio. Este ano comecei numa sexta-feira, a cortar as ervas, a limpar os terrenos. No sábado, fomos ao musgo e vedamos a frente. No domingo, foi o dia de Santa Catarina e, por isso, não fiz nada. Mesmo a sério, foi no dia 25 até dia 30 de novembro".
Há pessoas que vêm de muito longe ver o presépio
O Sr. Carlos já perdeu de há quantos anos começou esta 'aventura', mas pelas contas "pelos menos de 2009 para a frente". Começou com um apelo do padre da freguesia "em todos os lugares" e, a partir daí continuou "sempre. Os outros lugares desistiram, mas eu não desisti", recorda.

Desde então, as visitas têm sido "muitas" e de "vários lugares. Há pessoas de muito longe ver o presépio. Vieram pessoas do Marco de Canaveses, Vila Nova de Gaia, Coimbra, sempre de propósito. Há gente de muito longe e até estrangeiras. Estiveram aqui uns holandeses, que eu nem entendia. Eles queriam saber muita coisa, mas eu não percebia nada do que eles diziam. Mas lá entenderam e foram embora todos contentes. Filmaram e tiraram muitas fotografias", conta o celoricense.
Presépio de Molares pode ser visto até aos Reis
Tantos anos após o início da tradição, o Sr. Carlos ainda tem "força e motivação" para continuar e vai continuá-la "enquanto puder. Quando não puder, acabou, porque isto ocupa algum tempo. Ainda trabalho e tenho mais quatro anos à minha frente. Só que nesta ocasião tiro sempre férias e vou estando por aqui. Ando aqui no meu quintal, entretenho-me e quando vejo alguém que me chama vou lá", explica.

A parte mais "triste" acontece na semana a seguir aos Reis, quando chega a hora de arrumar tudo. É uma tarefa "cansativa" e "é muito trabalho para poucos dias. Eu guardo tudo em caixas, em prateleiras ... tenho a minha garagem cheia".
A terminar a conversa, Sr. Carlos deixa o convite para uma atração gratuita: "Podem vir à hora que quiserem. Durante o dia tem a sua beleza, consegue-se ver os detalhes todos e, às vezes, à noite as peças que mexem desligo-as. Mas à noite também é bonito de ver, porque as luzes estão ligadas. Mas venham visitar e apreciem" o Presépio de Molares.
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