Será que o petróleo e combustíveis vão subir ainda mais em 2023?
Com o impacto da inflação nos alimentos, energia ou crédito habitação, o custo de vida está cada vez mais caro. E será que o petróleo e combustíveis vão subir ainda mais em 2023? Veja as perspectivas de evolução dos preços
O petróleo e os combustíveis têm um enorme impacto no custo de vida, já que aumentos das suas cotações têm um "efeito-cascada", que faz aumentar todos os outros preços. Isso acontece porque estas variações fazem disparar o custo das matérias-primas e também do transporte de todas as mercadorias, encarecendo o custo final que é cobrado aos consumidores. E, com tantas dificuldades devido à inflação e atualizações da Euribor, será que o petróleo e combustíveis vão subir ainda mais em 2023 e tornar a vida dos portugueses mais difícil?
Com variações constantes no valor do barril nos mercados internacionais, é quase como encontrar semelhanças com o Código Promocional Solverde do que fazer previsões certeiras sobre o que pretendem fazer os países produtores de petróleo e como vão evoluir os preços. Para dificultar ainda mais as previsões, neste momento dois dos maiores produtores mundiais, a Rússia e o Irão, estão envolvidos em conflitos externos e internos. Esta situação volátil pode ter forte impacto nos preços, já que os líderes destes países podem usar o petróleo como "arma" no xadrez da política internacional.
Com todas estas condicionantes, há uma grande incerteza na evolução de preços. Por um lado, grandes nações como os Estados Unidos pressionam os produtores para baixar os preços, de forma a contrariar a inflação galopante. Mas do lado dos países com as maiores reservas de petróleo, há interesse em baixar a produção para influenciar a procura e fazer subir as suas receitas. Veja agora as previsões de preços de petróleo e combustíveis para 2023 que foram apresentadas pelo Goldman Sachs…
Petróleo vai ficar mais caro em 2023
Segundo relata este banco de investimento e analista de mercado, o petróleo deve sofrer um aumento superior a 30% no próximo ano. E, em consequência deste aumento, também os combustíveis, e outros produtos derivados do petróleo como os plásticos, vão subir ainda mais em 2023.
No final de novembro de 2022 o barril de Brent nos mercados internacionais foi transacionado por valores próximos dos 83 dólares. Mas, segundo as previsões do Goldman Sachs, em 2023 o preço deverá subir para perto dos 110 dólares. O principal motivo para esta subida está num corte na produção pela OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), forçando uma redução na oferta e, como consequência, o aumento no valor a pagar pelos países que compram esta matéria-prima.
Preços estão a descer, mas há incerteza para o futuro
Apesar deste aumento, que terá impacto no custo de vida de praticamente todos os produtos, as últimas notícias sobre as cotações do petróleo nos mercado internacionais têm sido positivas. Basta recordar que em agosto o barril estava a ser negociado por valores acima dos 100 dólares para se perceber que, atualmente, o custo do "ouro negro" está 20% mais baixo que durante o Verão.
Há, no entanto, que recordar que esta descida de preços nos últimos meses foi, em grande parte, impulsionada pelo aumento das exportações russas, que antecedeu a introdução em dezembro de um limite de preço de 60 dólares por barril para o petróleo extraído nesta nação. Além disso, apenas no final de novembro foi decretada pela OPEP+ um corte na produção petrolífera mundial, que também vai fazer subir os preços. Como tal, ao longo dos próximos meses deve-se os preços devem começar a subir, com uma evolução que, nas contas do Goldman Sachs, será próximo dos 30%.