Apesar de 2024 ter registado o menor número de incêndios florestais da última década, a área ardida em Portugal atingiu um valor preocupante, sendo a terceira maior dos últimos dez anos. Os dados são revelados pelo relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que analisou o período entre 1 de janeiro e 15 de outubro.
De acordo com o ICNF, arderam 136.424 hectares de floresta em Portugal, distribuídos por povoamentos (81.206 ha), matos (45.583 ha) e agricultura (9.635 ha). Este valor coloca 2024 como o terceiro pior ano da década em termos de área ardida, apesar da redução do número de incêndios.
O relatório destaca ainda que a maioria da área ardida foi consumida em setembro, mês que concentrou grandes incêndios florestais. Este dado reforça a necessidade de intensificar as medidas de prevenção e combate durante os períodos críticos.
As causas para este fenómeno são "complexas e multifacetadas". Especialistas apontam para fatores como "as alterações climáticas", que contribuem para "o aumento da temperatura e da seca", criando condições propícias à propagação de incêndios. "A negligência humana e a falta de gestão florestal adequada" também são apontadas como causas significativas.
Face a estes dados, o Governo e as autoridades competentes reforçam o apelo à prevenção e à colaboração da população na proteção da floresta. Medidas como a limpeza de terrenos, a criação de faixas de proteção e a adoção de comportamentos responsáveis são essenciais para evitar a ocorrência de incêndios.