As mesas portuguesas portuguesas na época natalícia não enganam. O bacalhau, o cabrito e os doces típicos, como as rabanadas, os sonhos ou bolo rei não podem faltar em casa de qualquer português, esteja ele onde estiver.
Viajamos até Zurique, onde Irene Duarte, de 43 anos, revive, ano após ano, as tradições e os costumes portugueses com o marido e a filha. Há 23 anos emigrada na Suíça, a penafidelense faz questão de colocar Portugal na mesa, seja no Natal ou no Ano Novo.
A "comida típica" não falta em casa desta família numa época que talvez seja das "mais difíceis" para um emigrante e que faz relembrar as "saudades" das origens. "O primeiro ano foi mais difícil, mas como tinha mais família acabou por ser mais fácil passar as épocas festivas". Mesmo assim, Irene Duarte garante não se arrepender de ter emigrado. "Sinto-me bem integrada e nunca senti descriminação. Na altura o meu pai e o namorado já tinham emigrado. Inicialmente, fui para Berna - onde estive cinco anos - e depois vim para Zurique", recorda.

Em Portugal trabalhava numa empresa têxtil e em Berna esteve num hotel. Na mudança para a cidade atual, voltou a mudar de atividade profissional - limpezas de casas privadas - onde se mantém até hoje e que concilia com o "pequeno negócio de velas".
Saudades de Portugal "há sempre", assim como "de tudo o que fica para trás ... a família e os amigos (já são poucos os que se mantiveram)".
Desde que emigrou, Irene Duarte já celebrou a data nos dois países, mas em qualquer um deles tem a certeza de que o Natal é sinónimo de "união, família , reunião na casa dos avós". Momentos que lhe despertam memórias "de quando era criança e das meias e do pai Natal que recebia. Era tão bom, dávamos valor a coisas que nunca mais teremos", termina a emigrante.