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Portugal lidera também o ranking de mulheres empreendedoras.

Apesar do empreendedorismo, na região euro-mediterrânica, ter “rosto masculino”, Portugal lidera nas mulheres empreendedoras. No entanto, a desigualdade salarial aumentou durante a mandeia, ou as mulheres precisaram de trabalhar mais 51 dias para igualar o salário dos homens.

De acordo com a agência Lusa, citando um relatório da União para o Mediterrâneo (UpM), “apesar das fortes variações entre os [42] países, o empreendedorismo na região euro-mediterrânica continua a manter a face masculina”.

Contudo, Portugal lidera o ‘ranking’ dos países com mais mulheres empreendedoras com 37,2%, seguido da Croácia com 31,5%, enquanto, por exemplo, em Marrocos “as mulheres representam apenas 12,8% dos empresários e o seu número baixou no último ano”, pode ler-se no relatório.

Doutro lado, e tendo em conta dados compilados pela base de dados Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, mostram que a desigualdade salarial entre homens e mulheres aumentou durante a pandemia da COVID-19, de tal maneira que Portugal, Letónia e Finlândia são os únicos três países europeus em que isso aconteceu entre 2019 e 2020.

Para Portugal, o valor relativo à disparidade salarial de homens face às mulheres situou-se nos 11,4% em 2020 depois de ter estado nos 10,9% em 2019. Por outro lado, a disparidade salarial de mulheres face aos homens chegou aos 14,1% em 2019, o que corresponde “a uma perda de 51 dias de trabalho remunerado para as mulheres”, é referido pelo Pordata. No entanto, a presença de mulheres no mercado de trabalho cresceu, passando de 59% em 1993 para 72% em 2020.

“Quando comparadas as taxas de emprego com a média da União Europeia a 27 verifica-se que há mais mulheres em Portugal a trabalhar do que a média europeia”, que está nos 66,8%. É referido também que “embora o trabalho a tempo parcial abranja, em média, 30% das trabalhadoras europeias, esta não é uma realidade em Portugal”, onde a percentagem não ultrapassa os 12%.

Apesar de a taxa de emprego em 2020 ser mais elevada entre os homens (77,8%) do que nas mulheres (71,9%), foi entre elas que a evolução foi mais expressiva, tendo em conta que em 1993 só 59,2% das mulheres estavam empregadas enquanto, entre os homens, a percentagem era de 81,2%.

Os dados compilados pela Pordata permitem também verificar que “as mulheres já superam os homens em algumas profissões que, no passado, eram tipicamente masculinas”, como seja o caso de médicas (56,3%), advogadas (55%) e magistradas (61,9%).

“Também na investigação elas vão conquistando terreno: representam 42% do total de investigadores. Continuam a predominar na docência até ao ensino secundário e estão sub-representadas na polícia (8,4%)”, sublinha a Pordata.

Em Portugal nascem mais homens, mas as mulheres portuguesas vivem mais e por isso “representam a maioria da população”, havendo cem mulheres por cada 91 homens.

Vivem, em média, mais seis anos do que os homens, apesar de terem à nascença uma esperança média de vida saudável de 58 anos contra 61 dos homens.

“Em 2021, apenas cerca de uma em cada 20 mulheres, dos 18 aos 24 anos, abandonou os estudos sem concluir o ensino secundário, enquanto entre eles foram dois em cada 20 que deixaram de estudar sem completar o secundário”, lê-se nos dados da Pordata.

O relatório da UpM destaca algumas medidas de incentivo à igualdade de género implementadas nos 42 países que fazem parte da organização, destacando que Portugal foi um dos 11 países – juntamente com a Algéria, Bósnia Herzegovina, Egito, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Montenegro e Tunísia – que aprovou legislação para equilibrar a representação de género no Parlamento ou nas estruturas regionais.