O Rancho Folclórico de Piares, fundado em 1997, é composto por cerca de 30 elementos, e além da programação habitual, a associação vive em torno dos idosos, daqueles que se sentem e passam mais tempo sozinhos, e que são a grande motivação da direção.
“Queremos trazer alegria às pessoas mais velhas, sobretudo do lugar de Piares”. É assim que Fátima Sousa, vice-presidente do rancho, descreve a principal motivação da associação. O Rancho Folclórico de Piares tem procurado fazer a cobertura de várias atividades, mas sempre com o foco de acompanhar os mais velhos e fazê-los sair de casa. Para isso, a sede da associação está aberta das 13h30 às 22h00. “Qualquer idoso que esteja sozinho, que tenha filhos a trabalhar ou emigrados pode passar tempo cá. Durante a semana é o presidente que assegura a porta aberta e ao fim de semana é um membro da direção. Notamos que as pessoas gostam e que nos vão ajudando quando chega à altura das nossas festas”, explica Fátima Sousa, acrescentando que “são as pessoas mais velhas que nos motivam a mantermos as tradições e associação vivas, é termos os mais velhos com vontade de sair de casa”. Para isso têm criado todas as condições, na altura do frio aquecem os idosos com as salamandras e sempre que podem acedem aos pedidos, como foi o caso da compra de uma televisão maior para aqueles que “já não conseguiam ler”, recorda Fátima, entre risos.
Em cada atividade que fazem, o Rancho vê na pessoa da senhora presidente uma ajuda. “A junta é um dos nossos maiores incentivos, a senhora presidente está sempre presente em todos os eventos da associação, incentiva-nos a não desistir e ajuda-nos em tudo o que pode. Estamos gratos à senhora presidente Raquel Pereira por toda a ajuda e incentivo que nos dá”, destacam.
Embora haja dificuldade em atrair juventude, o Rancho Folclórico de Piares é composto, essencialmente, por uma faixa etária nova. “O elemento mais pequenino tem dois aninhos e o nosso membro mais velho, o Sr. Morais, toca ferrinhos e tem cerca de 75 anos, mas a parte da dança é tudo jovem, a tocata e os cantadores e cantadeiras é que são mais velhos”, explica.
