Em plena pandemia cinco amigos juntaram-se para "unir e aproximar" o público e a arte através da "Arte em Confinamento".
Cinco amigos penafidelenses tinham em comum serem artistas amadores e decidiram criar, em 2020, um grupo no Facebook com o objetivo de "incentivar pessoas a partilhar as suas pinturas e desenhos em qualquer idade, de forma a criar dinamismo", diz Manuela Santos, uma das fundadoras do grupo.
Inicialmente, a iniciativa pretendia "unir em torno da arte aquilo que o vírus foi separando, as pessoas umas das outras", mas o projeto acabou por saltar para a rua e em setembro de 2021 teve lugar a primeira exposição na Assembleia Penafidelense.

Cristina Coelho, Goretti Medon, José Neto (Nepotis), Maria Maia Leal e Manuela Santos são os nomes dos fundadores da "Arte em Confinamento", um grupo com idades entre os 50 e os 74 que conseguiu levar o "movimento" avante.
Atualmente, o grupo de Facebook tem perto de dois mil seguidores. Manuela Santos, membro do grupo, revela que "Arte em Confinamento" tornou-se uma marca e, por isso, "não faz sentido trocar de nome, embora o confinamento tenha terminado".
Acrescenta que "o projeto fica para sempre e pretendemos criar um logótipo para assinar os murais e as coisas que vamos fazendo".

Desde que o projeto saiu do "confinamento", o edifício de São Martinho tornou-se o cenário da arte. "Desde maio já foram realizadas treze, praticamente, de 15 em 15 dias temos exposições com artistas diferentes", explica Manuela Santos.
Realça, ainda, que "temos dado voz a alguns artistas que nunca tinham exposto, preferencialmente, do Vale do Sousa".

Outro objetivo do grupo passa por "envolver crianças e dinamizar a arte na cidade de Penafiel. No fundo temos uma grande preocupação pedagógica, aproximar crianças da arte. Quando o edifício São Martinho completou mais um aniversario, realizamos a atividade "Pequenos Pintores" e convidamos pessoas a aparecerem com filhos. Passaram uma tarde incrível a pintar", conta Manuela Santos.
Posteriormente, os desenhos foram expostos e, mais tarde, através de um mural "transpusemos o que as crianças desenharam". Continuar a pintar murais com crianças e jovens é outra meta do projeto.
Manuela Santos termina por destacar que a "arte é para todos e que não pensem que ela é inacessível". A "Arte em Confinamento" pretende, até dezembro, "fazer algo coletivo, solidário, continuar a envolver crianças e tentar reverter para alguma instituição".




A participação no projeto é gratuita e está aberta a todos os interessados.
Até ao dia 18 de novembro, o edifício do espaço cultural de São Martinho encontra-se preenchido pela exposição de pintura de Gil Ramos.





Texto redigido com o apoio de Ana Regina Ramos.