Estão a ser investigados 11 administradores do Hospital Padre Américo, em Penafiel, pelo Ministério Público, que entre 2016 e 2018 integraram o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).
De acordo com o Jornal de Notícias deste domingo, dia 5 de março, todos usaram os carros de serviço para fins pessoais, terá apurado a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). "Só em pagamento de combustível, portagens e parques de estacionamento, CHTS foi lesado em quase 63 mil euros", pode ser lido no referido jornal.
De entre os 11 administradores, encontra-se também o atual presidente, Carlos Alberto, e o seu antecessor, Carlos Vaz. A referida ação da IGAS terá concluído, em janeiro de 2019, que cada um dos 11 administradores tinha um automóvel atribuído, que usava em funções oficiais, mas também para fins pessoais. Segundo o IGAS, estes pagamentos podem "consubstanciar uma infração financeira, passível de eventual responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória, sem prejuízo de reposição dos montantes legalmente recebidos".
Ainda de acordo com o JN, os administradores, "contrariamente aos profissionais, não preenchiam boletins diários de utilização de viatura". A IGAS sustenta que "todos os membros do Conselho de Administração do CHTS estavam sujeitos ao Estatuto de Gestor Público", sendo que a utilização de viaturas de serviço para fins pessoais "não tem base legal, apoio jurisdicional ou acolhimento da tutela".
Ao referido jornal, o Conselho de Administração confirmou que "está em curso um inquérito, na sequência de uma ação inspetiva da IGAS. O referido inquérito está em segredo de justiça, o que impede que sobre ele nos pronunciemos", foi referido.
O Ministério da Saúde, em declarações ao JN, confirmou que a IGAS enviou o relatório para a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, em agosto de 2019, e para o Departamento de Investigação e Ação Penal, em setembro do mesmo ano. O processo está entregue às autoridades.