Esta quarta-feira, dia 31 de julho, celebra-se o dia Dia Mundial do Ranger, uma homenagem aos guardas florestais que trabalham diariamente pela defesa da fauna e da flora e pela proteção do meio ambiente.
Pedro Mourão vive em Amarante, mas cresceu numa zona rural de Mondim de Basto. O "contacto com a natureza sempre foi uma constante" e não gosta muito de "estar parado num gabinete", por isso, juntou "o útil ao agradável" e tornou-se um vigilante da natureza, como são chamados os rangers em Portugal.
Mas o que faz realmente um vigilante da natureza? A resposta é complexa, mas os "três pontos essenciais são a vigilância preventiva, a fiscalização e a monitorização", diz Pedro Mourão.

O Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza é responsável pela fiscalização da caça, da pesca, da aplicação da legislação florestal e "fazemos monitorização de fauna, flora, damos apoio e acompanhamento a estudos", fazem também inspeções e peritagens relacionadas com a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES) que, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem como objetivo "assegurar que o comércio de animais e plantas não ponha em risco a sua sobrevivência no estado selvagem". O bem-estar dos animais de companhia é também da sua competência.
São áreas de atuação "bastante grandes", cuja "importância é por demais evidente: se não protegermos o meio ambiente, estamos a hipotecar as gerações vindouras", declara o guarda. Para Pedro, o vigilante da natureza "dá um contributo para a proteção e o equilíbrio do meio ambiente, da natureza e dos ecossistemas, para que estes consigam subsistir para quem vier no futuro".

A equipa de Pedro Mourão está em Mondim de Basto, mas às vezes "vimos para estas zonas, nomeadamente do Tâmega e Sousa, fazer fiscalização, por exemplo, à pesca - neste caso, no rio Tâmega, ou no rio Olo -, e também devido a questões de bem estar animal" e recorda que "ainda ontem viemos fazer uma recolha de uma gralha preta apreendida, aqui na zona de Amarante, Mancelos, para ser posteriormente libertada". O município de Amarante é um dos locais que se insere na Zona Especial de Conservação Alvão/Marão.
As áreas geográficas onde os vigilantes atuam são também "bastante grandes. Nós trabalhamos em áreas protegidas, áreas classificadas, áreas húmidas e também em perímetros florestais e matas nacionais", explica.
É com "gosto pelo contacto com a natureza" e por estar recorrentemente no terreno que Pedro Mourão vai continuar a dar o seu "contributo", para tentar fazer a "diferença" no seu "pequeno nicho de área de trabalho, fazer a diferença na salvaguarda e na proteção".