Um pequeno segredo escondido numa encosta de Celorico de Basto, a Aldeia Miniatura de Agilde é o projeto de Pedro Álvaro Leão Lemos, natural da região e artista responsável pela criação de todas as peças que formam esta instalação.
O homem de 38 anos revela que "já em pequenino quando andava na escola, não tinha muito gente nas matérias como português e matemática mas a desenhar e em trabalhos manuais era sempre dos melhore".
Uma aptidão natural para as artes e trabalhos manuais, Pedro Lemos, lembra-se de andar no "recreio da escola a fazer brincadeiras com pedrinhas e pauzinhos a montar coisinhas e depois vinha para casa e fazia o mesmo". Aos nove ou dez anos o artista começou a dar os primeiros passos na construção daquela que se viria a tornar a atual aldeia miniatura.




Logo a seguir às aulas um jovem Pedro Lemos ia para casa montar "casinhas e foi nesses tempos que comecei a fazer, uma, duas, três. Vá comecei a fazer a aldeia".
Das pedrinhas e paus o artesão passou para "as pedras mais trabalhadas e o cimento e hoje trabalho com todo o tipo de materiais", esclarece. As pequenas casas de paus e pedrinhas foram a origem deste espaço que conta com cerca de 50 casas, 30 metros de comprimento e 11 metros de largura.
"A aldeia começou desde os meus nove anos e desde então tenho vendo a evoluir", um crescimento artístico que permitiu a Pedro Lemos recriar em ponto pequeno o Hospital de Fafe e o Mosteiro de São Gonçalo de Amarante, duas das peças mais emblemáticas do artista de Celorico de Basto.
"São as peças que mais gostei de fazer, e foram as que deram mais trabalho, tive de usar muitas fotografias para referência", explica Pedro Lemos. Além disso, a aldeia conta com dois castelos "um deles inspirado no castelo de Guimarães, não é igual ao verdadeiro mas tirei de lá algumas ideias", conta. Contudo, a Aldeia de Agilde não tem só espaço para as grandes obras e muitas das casas "são baseadas aqui com as moradias da zona".
A aldeia de Pedro Lemos já é uma atração turística conhecida da zona e tanto a junta de freguesia, como a câmara municipal apoiam o trabalho do artesão local ao ajudar na organização de excursões e visitas. "As crianças que visitam a aldeia adoram ver as casinhas e toda a gente que passa por aqui diz que isto até é melhor que o Portugal dos Pequeninos", brinca o artista.
Os tempos livres de Pedro Lemos são dedicados a "fazer peças novas e a cuidar do que já tenho, construir é importante mas a manutenção tem de ser sempre prioridade".
A aldeia é o orgulho do seu criador que admite "que sou a pessoa que mais tempo fica a olhar para a aldeia e admirar todas as casinhas e construções. Gosto de ficar ali a olhar e a pensar que fui eu que fiz aquilo tudo".
Uma obra sem fim, Pedro lemos está sempre a pensar na próxima criação que vai adicionar à aldeia, "já ando há algum tempo a pensar em fazer algo novo e especial mas para isso ainda tenho de arranjar mais algum espaço".