O piloto termina o ano "realizado" e com um novo papel: ser pai.
Pedro Bianchi Prata tem conquistado títulos além fronteiras, mas é em Marco de Canaveses que continua a sentir-se em casa. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, falou do carinho especial pela Livração, das conquistas profissionais e do nascimento do primeiro filho.
"Sou um homem do Norte e tenho muitas saudades de estar na Livração". Embora tenha nascido no Porto, Pedro Bianchi Prata foi criado no Marco de Canaveses, junto dos avós, e acabou por, em 2012, mudar-se a tempo inteiro. "Ando sempre de um lado para o outro mas, a minha casa é na Livração", apontou.
O primeiro arranque oficial de Pedro Bianchi Prata aconteceu em 1991 por "coincidência". No entanto, as motas faziam parte da sua vida desde os oito anos. "Foi uma tia que me ensinou a andar de mota num jardim de casa dos meus avós, mais tarde, os meus pais deram-me uma mota a mim e à minha irmã e andavamos nos caminhos de terra pela Livração. A partir daí comecei a ter o bichinho das motas, com 16 anos tive uma mota para ir para a escola e foi aí que percebi que gostava daquilo e tinha algum jeito. Por coincidência fui ver uma corrida de um amigo a Famalicão, achei piada e pedi aos meus pais para experimentar. A partir daí foi uma bola de neve" que levou Pedro Bianchi Prata a provas pelo mundo, em terrenos desconhecidos, temperaturas altas e peripécias pelo caminho.
A aptidão natural para as motas foi notada no primeiro campeonato que fez, em 1992 conquistou o título de campeão na categoria de iniciados, em 1993 saltou para uma equipa semi-profissional e um ano depois deixava o curso de Medicina Veterinária para se juntar a uma equipa profissional.
Pedro Bianchi Prata tem dedicado a vida toda aos motores, seja no papel de piloto ou de professor. Na Livração acabou por fundar uma escola de pilotagem em 1998. "Por lá passaram muitos pilotos do Marco e muitos sagraram-se campeões, alguns fizeram carreira e outros apenas participaram por hobbie. Passou muita gente pelas minhas mãos", conta.
Com uma equipa "consistente e resiliente", o Team Pedro Bianchi Prata tem levado o nome do Marco de Canaveses ao mundo, seja através dos logótipos que carregam consigo ou dos pilotos que vestem as cores da equipa.
Para o 'marcoense', o ano de 2023 foi "bom, mas já tivemos anos melhores e piores. Para mim foi quase um ano perfeito mas, a nível da equipa poderíamos ter tido três campeões nacionais nas categorias mais importantes se não fossem alguns azares". Para si a 'cereja no topo do bolo' foi a conquista no Dubai, quando se sagrou Campeão do Mundo.
Mas as vitórias não ficaram apenas pelo mundo profissional, Pedro Bianchi Prata e Maria Botelho Moniz foram pais, pela primeira vez, e embarcaram numa nova etapa que descreve como "difícil mas, a melhor coisa do mundo".
Se até há pouco mais de duas semanas, conciliar a vida profissional e pessoal "já não era fácil", a partir de novembro a vida "mudou completamente" e a "prioridade" tornou-se outra. "Estou focado no papel de pai e marido. A fase inicial não é fácil, porque nunca fomos pais e estamos a aprender, porque um bebé dá mesmo muito trabalho", sorri, e acrescenta "ter alguém que vai depender de nós a vida toda, depender da educação que lhe damos, das possibilidades financeiras… é algo de muita responsabilidade e passou a ser a minha prioridade".
Quando crescer, o pai sonha trazer o filho até Marco de Canaveses e dar a conhecer "as suas raízes. Vai conhecer a Livração desde pequeno, quero que dê valor a outra parte da vida do pai. Ele vai adorar estar aí".
A pensar no próximo ano, o piloto pretende fazer uma recapitulação de 2023, mas com mais desafios e vitórias. "Acima de tudo queremos continuar campeões nacionais. Vou fazer o campeonato do mundo e espero levar comigo um ou dois pilotos". Ao seu lado terá os pilotos e patrocinadores do team e "a melhor coisa do mundo: o filho e a esposa Maria Botelho Moniz".
Para Marco de Canaveses deixa também uma mensagem: "Os marcoenses gostam daquilo que estou a fazer quer seja pela modalidade, quer seja pelo concelho porque ando todos os dias com o logótipo do Marco no meu peito e para mim é um orgulho e um prestígio muito grande. É muito bom sentir o carinho das pessoas quando conquistamos títulos ou quando as coisas correm menos bem e saber que somos apoiados pelas pessoas que vivem perto de nós e que nos acarinham".
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