Foto: Steven Cornfield/Unsplash
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Jorge Amil é um dos 27 subscritores de uma carta aberta dirigida às autoridades de saúde.

O pediatra Jorge Amil apelou às autoridades de saúde para reapreciarem a decisão de continuar a vacinar as crianças saudáveis contra a COVID-19.

Para o também presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos deve ser feita uma análise da relação risco-benefício, perante a nova realidade determinada pela variante Ómicron.

Jorge Amil é um dos 27 subscritores (entre pediatras, cardiologistas, internistas e infeciologistas) de uma carta aberta dirigida às autoridades de saúde, na qual é pedida a “suspensão cautelar” da vacinação contra a SARS-CoV-2 em crianças e jovens, “até que se comprove a sua necessidade, benefício e segurança”, cita o site da Lusa.

Este apelo diz respeito “à situação das crianças saudáveis e não se pretende qualquer extrapolação para adultos ou crianças com comorbilidades que acarretem risco acrescido de COVID-19”. Para os signatários da carta, “o mais preocupante” é a vacinação das crianças dos cinco aos 11 anos estar a decorrer em “pleno pico pandémico, circunstâncias que não foram testadas nos ensaios clínicos de vacinas”.

“A vacinação de crianças previamente infetadas por SARS-CoV-2, ou a sua infeção depois de vacinadas, num curto intervalo temporal, pode vir a traduzir-se num aumento da incidência de casos de miocardites, efeitos deletérios no sistema imunitário ou outras reações adversas, riscos potencialmente graves e eventualmente letais”, referem, sublinhando que já foram notificadas ao Infarmed “mais de uma centena de possíveis reações adversas graves, incluindo colapsos, miocardites/pericardites e morte, em crianças e jovens” e pedindo uma investigação a estes casos ocorridos em Portugal depois de iniciadas as campanhas de vacinação nestes grupos etários.

Jorge Amil considerou ser necessário fazer “uma reflexão permanente em relação às decisões que se tomam, porque a ciência nunca foi imutável e menos ainda agora numa situação de grande evolução”, indica ainda a Lusa.

“O que se viu é que a vacina não impediu este enormíssimo número de testes positivos, embora o número de doentes por COVID seja claramente diferente dos números globais de testes”, acrescentou, defendendo que, “se os objetivos que tinham sido propostos e prometidos para fazer a vacinação não estiverem a ser atingidos, talvez faça sentido rever novamente a segurança da vacinação, a eficácia da vacinação e reequacionar a decisão”.

De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde, foram vacinadas mais de 300 mil crianças entre os cinco e os 11 anos. Entre os dias 5 de fevereiro e 13 de março, decorre a vacinação das crianças que ainda não foram imunizadas e vão ser administradas as segundas doses.