O Partido Comunista Português (PCP) lamentou hoje a manutenção das portagens na região do Porto, criticando a decisão de excluir várias autoestradas locais da abolição implementada noutras regiões do país. Num comunicado divulgado pela Direção da Organização Regional do Porto (DORP), o PCP aponta o dedo a PSD, CDS, PS, IL e PAN como responsáveis por esta medida, que consideram injusta.
“Ao contrário do que acontecerá no resto do país, manter-se-ão as portagens – e as injustiças daí decorrentes – na região do Porto”, destaca o comunicado. Para o PCP, esta decisão representa uma “discriminação negativa”, evidenciando “a hipocrisia de quem diz uma coisa na região e faz outra na Assembleia da República”.
Impacto nas Populações e Empresas
O PCP sublinha que as portagens continuam a afetar as populações e empresas locais. “Os concelhos do distrito do Porto continuarão a pagar para se deslocar em vias sem alternativa”, refere o partido, acrescentando que “as empresas sediadas nesta região continuarão a ter custos acrescidos para o desenvolvimento da sua atividade”.
Os comunistas recordam que apresentaram no parlamento um projeto de lei para eliminar as portagens em todas as ex-SCUT, incluindo as da região do Porto, e reverter as concessões a privados. No entanto, acusam PSD, CDS, PS, IL e PAN de terem impedido a sua aprovação, tanto na discussão do Orçamento do Estado como em propostas legislativas.
“A convergência entre PSD, CDS, PS, IL e PAN impediu a eliminação do pagamento de portagens na A28, A29, A41 e A42”, denuncia o PCP. Estes trajetos incluem ligações fundamentais como Matosinhos-Póvoa de Varzim (A28), Vila Nova de Gaia (A29) e vias em Matosinhos, Maia, Valongo, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada.
Apelo à Mobilização
No comunicado, o PCP apela às populações e empresas da região para que não aceitem esta situação sem contestação. “O PCP apela às populações e às empresas da região que não se resignem, que protestem e exijam o fim da injustiça”, sublinham os comunistas.
A decisão de manter as portagens no Porto contrasta com a abolição implementada noutras regiões. vias estruturantes como a A4 (Transmontana e Túnel do Marão), A13 (Pinhal Interior), A22 (Algarve), A23 (Beira Interior), A24 (Interior Norte), e A25 (Beiras Litoral e Alta) passaram a ser gratuitas. Mesmo na A28, as portagens foram eliminadas em troços específicos, como entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.
Para o PCP, esta política agrava “as já difíceis condições de vida” das populações e penaliza a economia regional. “Neste processo, só as concessionárias, às quais o Estado entrega mais de mil milhões de euros líquidos por ano, ficaram a ganhar. O Estado, as populações e a economia regional perderam e continuam a perder”, conclui o partido.