Juliana Sousa é natural de Sobrosa, em Paredes, e foi aos 19 anos que o desporto e a alimentação saudável tornaram-se parte do seu dia a dia.
Mais tarde, em 2012 começou a pensar em competir, mas "adiou. Vamos sempre colocando outras coisas à frente". No ano de 2017 acabou por concretizar o sonho que levou até 2019, altura em que competir "já não me fazia feliz", confessa Juliana.
Apesar disso, manteve o foco e "continua a ter vida de atleta". Ao recordar os tempos de competição descreve-os como uma "sensação muito boa, de dever cumprido, porque tudo o que está ali é mérito meu, do meu esforço. É a nossa superação, nós quando conseguimos entrar numa competição conseguimos tudo na vida. Eu não tenho dúvidas disso", conta Juliana Sousa.
Admite que a vida de fisiculturista "requer muito esforço físico, psicológico, tenho de abdicar de muita coisa na vida, às vezes da própria família". Além disso, descreve a competição como um momento em que o corpo é levado ao "extremo. A competição nada tem de saúde", diz.
Ao fim de três anos de fisiculturismo, Juliana Sousa contava com um total de onze competições e cinco medalhas de ouro.
Juliana Sousa continou a dedicar-se aos treinos e à alimentação saudável e pôde regressar ao que "mais ama, a musculação. Eu sempre gostei de treinar e evoluir, quando eu competia eu não podia evoluir, tive que deixar de treinar musculação que é aquilo que eu mais amo, eu tinha de comer muito pouquinho e fazer muito cardio para manter-me magra", diz.
Apesar de estar há 14 anos ligado ao desporto, somente em 2022 ganhou coragem e deixou o ramo automóvel, agora, pretende foca no ramo do desporto e investir conhecimento nessa área. "Vou tirar o meu curso, já estou a começar a trabalhar online, nós vamos adiantando e temos tanto medo que arranjamos sempre uma desculpa. Cheguei a um ponto que pensei ou é agora ou é nunca, porque eu tenho 33 anos e o tempo vai passando, nós vamos sempre adiando os nossos sonhos. Eu sou mesmo feliz a fazer os outros sentirem-se bem".
Juliana Sousa está a desenvolver um projeto focado nas mulheres, porque acredita que "nós temos de puxar umas pelas outras e eu acho que é motivante e gratificante ajudá-las a sentirem-se melhores. Dar auto estima, mudar a forma como elas se vêm e como se vêm umas às outras". Desta forma, pretende diminuir a rivalidade existente entre as mulheres.
Para a mulher de 33 anos continuar a manter o foco diariamente tem presente a palavra "disciplina. Nós não vamos ter foco nem vamos estar motivadas todos os dias, isto é uma questão de disciplina. Faço o que amo, mas há dias em que eu vou com a minha disciplina e não com a minha motivação".
Os dias em que se "obriga" a seguir a dieta ou a ir ao ginásio são os "melhores, porque nos superamos. É nesses dias que conseguimos perceber que conseguimos tudo na vida".
Durante esta jornada a família foi o apoio de Juliana, a irmã, a mãe e o filho foram os seus "pilares".
"Superação" é a palavra-chave de Juliana. Em conversa com o Jornal A VERDADE mostra-se orgulhosa do seu percurso. "Quando nos propomos a algo e conseguimos lá chegar, depois de muitos obstáculos, é uma sensação tão boa de superação. Acreditar em nós, no nosso potencial, eu tenho aprendido que nós às vezes não acreditamos o suficiente para corrermos atrás do nosso sonho. Nós somos capazes de tudo, é só acreditar e correr atrás".
Termina por sublinhar que "cada vez gosto mais da pessoa que me estou a tornar. Não olho para este desporto só como um corpo, é como uma superação diária".
