Conseguir viver e sobreviver da música é a grande ambição profissional de Mário Pedrosa, natural de Sobreira, Paredes.
Um sonho "inesperado" e que chegou um "bocadinho tarde, porque normalmente quem está ligado à música, começa desde miúdo e eu já estava na adolescência", relembra o jovem, que foi descobrindo o seu verdadeiro talento ao longo do tempo. "Tudo começou quando por volta dos 14 anos. Tinha um primo que tocava guitarra, que me incentivou a experimentar a guitarra", conta.
E era esse o objetivo de Mário Pedrosa, aprender a tocar guitarra, sem nunca pensar que poderia cantar. "Mais tarde, comecei a aperceber-me que poderia acompanhar a guitarra com a voz e foi aí que percebi que afinal eu cantava melhor do que tocava guitarra", recorda.

Apesar de "tardia", a paixão pela música "chegou a tempo" e passados 13 anos Mário pedrosa continua a lutar por um lugar na área. "Em 2012 participei no 'Ídolos' e fiquei no top 20. Mas não desisti, e em 2015 voltei a concorrer e fiquei no top 10". Depois do programa, o jovem lançou alguns trabalhos, "um deles esteve na banda sonora de uma novela. E lancei um especial de natal com a Cláudia Pascoal".
A chegada da pandemia foi mais uma descoberta para Mário Pedrosa, que aproveitou o isolamento para compor. "Aí percebi que afinal também gostava de escrever e, neste momento, tenho entre 20 a 30 músicas guardadas na gaveta prontas para sair". Uma delas apresentou no primeiro casting no regresso à mais recente edição 'Ídolos', uma vez que na última participação sentiu que "ficou a faltar alguma coisa e que podia ter feito algo mais e melhor. Provavelmente não era a altura para mim e se calhar agora é o momento.Tem corrido muito bem", frisa.
O concorrente conquistou o público com um tema original, um risco que correu bem perante um painel "que gostou da música. Disseram que tenho muito jeito para escrever, não só para cantar. Isso é importante porque sinto que sou um artista completo, que não sabe só cantar, mas também compor e escrever".

A conquista do programa "está sempre presente", mas para a maioria dos participantes "é um abrir de portas para novas oportunidades. Quem participa nestes programas normalmente tem o objetivo de conseguir mais visibilidade. Os programas funcionam muito como uma rampa de lançamento para algo melhor. Vencer só vence um e nós somos milhares, mas quem não ganha, quer ser ouvido para depois receber aquela chamada de alguém que está a ver o programa e diz 'eu quero trabalhar contigo, gostei de ti, quero apostar em ti'".
Uma perspetiva que Mário Pedrosa também partilha e, embora lute pelo primeiro lugar, "se não conseguir tenho a vontade de continuar e trabalhar com um produtor que queira apostar em mim".

Essa é a principal ambição do jovem: "ser cantor profissional, conseguir viver e sobreviver com a música. Sobreviver é uma palavra chave neste caso, porque é complicado e só quem tem bom nome e está no topo consegue fazer isso. E o meu principal objetivo é conseguir fazer isso, chegar lá, chegar a esse ponto", sublinha.
Ao longo do seu percurso, Mário confessa que nunca teve "confiança no que fazia e no que escrevia. A minha família, os meus amigos é que me incentivaram a cantar temas meus, a escrever mais e a cantar mais. Eles acreditavam mais do que eu". Hoje, o pensamento é diferente e o jovem já reconhece o seu valor. "Com a idade ganhei alguma responsabilidade e comecei a aperceber-me que afinal não sou assim tão banal como achava que era".

O sonho de Mário Pedrosa é o de milhares de jovens que participam em programas de música. O "melhor conselho" que deixa a todos eles "é não desistir quando ouvirem o primeiro não e esperar que esse 'não' lhes dê mais força e vontade para melhorar e voltar a tentar", como ele que vai na sua terceira participação no programa. "Não desisti e estou cá outra vez. A persistência é um fator importante para todos os que querem seguir esta carreira", acrescenta.
O 'não' não significa parar, mas sim um continuar, porque precisávamos de amadurecer, crescer como cantores, como artistas e se esse 'não' vier com uma crítica construtiva é o ideal para as pessoas saberem o que precisam fazer para progredir, para melhorar e voltar a tentar", sublinha.
No futuro, Mário Pedrosa ambiciona dar a conhecer ao público todas as músicas que já escreveu.