Tem 18 anos e a certeza de que faz parte de uma geração com “algumas ‘falhas'” – como a “dependência das tecnologias e isolamento social” -, mas, também, com “competências únicas”, como “uma mente mais aberta e mais conhecimento acerca de tudo, no geral. Não somos iguais a quem já está no mercado de trabalho, mas trazemos outras valências. Acredito que somos competentes à nossa maneira”, diz-nos Dário Dias, um dos melhores alunos, no último ano letivo, da Escola Secundária de Paredes.
Seguiu a formação académica no curso de Engenharia e Gestão Industrial, na FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, uma área que “não é, de todo”, a que sempre idealizou para o futuro.
Desde cedo, medicina era o curso que se via a frequentar e, “por vários anos”, foi esse o “grande e quase certo objetivo”. No entanto, a partir do 10.° ano, começou a perceber que “algo relacionado com a gestão ou, talvez, com engenharia, seria mais compatível” com os gostos e ambições que tinha.
Assim que descobriu um curso “com boa reputação e numa ótima faculdade, que conjugava as vertentes prediletas”, Dário Dias não voltou a “olhar para trás”. O fascínio pela área pode explicar-se pelas características que tinha ainda em criança. Era “muito ambicioso, competitivo e perfecionista”, estabelecia “grandes metas para o futuro” e não se “contentava com um bom, queria sempre um perfeito”.
Apesar de hoje “já não ser assim”, Dário mantém “marcas dessas características, especialmente da ambição”. Acredita que a área “não impõe limites” e irá dar-lhe “fundamentos cruciais para o mercado de trabalho”.
Falando em mercado de trabalho, o jovem universitário assume ter “esperança no país” e considera que o “Governo parece estar a incentivar os jovens trabalhadores a ficar por cá“. Por isso, assume-se “otimista”, mas não exclui a possibilidade de uma aventura além fronteiras. “Eu gostava de ficar em Portugal, onde tenho família e amigos, mas se surgisse uma oportunidade imperdível que me obrigasse a emigrar temporariamente, poderia considerar”, explica.
“O mais importante é ter disciplina e ser organizado”
Há cerca de dois meses, Dário Dias iniciou a jornada no universo universitário. Está a “adorar” esta nova fase e considera que a vida académica dá “muito mais liberdade do que o secundário. Agora, cada um está por sua conta, ninguém nos obriga a estudar, o que tem as suas vantagens e desvantagens. É preciso ter ainda mais disciplina e responsabilidade para fazer as coisas bem”.
Mas não só de livros e canetas se faz a rotina deste jovem aluno que “sempre” teve “muitas” atividades extracurriculares, desde música até desporto. Aos dez anos entrou no Conservatório de Música de Paredes e aprendeu a tocar trompete. Terá sido, “sem dúvida, uma das melhores” decisões que tomou.
No mundo do desporto já experimentou vários, como o futebol e basquetebol. Hoje, para além da atividade física, frequenta a Banda de Música de Cete e a tuna da faculdade. “É imprescindível ter atividades extracurriculares, elas permitem-nos contactar com mais pessoas e viver experiências. É isso que nos faz viver a vida e crescer enquanto pessoas. Eu estou muito grato por ter feito tudo o que fiz e conhecido todos os que conheci”, frisa.
Quanto ao futuro, Dário Dias ainda não sabe “ao certo” o que pretende fazer, mas, “talvez, começar a trabalhar em consultoria ou então gestão de empresas, o que me dará experiência para, possivelmente, um dia ter a minha própria empresa”, revela o jovem.
A terminar, o jovem paredense deixa um conselho a outros jovens e garante que “o mais importante é ter disciplina e organização. Nem todos os testes vão correr bem e o início, principalmente, pode ser complicado, mas não se podem deixar afetar. Acreditem, se forem estudando consistentemente, tudo se torna mais fácil e vão ter ótimas notas“.
Dário Dias deixa, ainda, uma opinião sobre a proibição dos telemóveis na escola e reconhece que “podem ser prejudiciais, mas “também tem pontos positivos. Acredito que a solução passa por restringir e não proibir”, termina.