Natural da freguesia de Boelhe, em Penafiel, Pedro Silva é Técnico de Radiologia, e exemplo de que não é preciso crescer com a certeza daquilo que se quer ser no futuro. No seu caso, meter as mãos na massa foi o que o ajudou a tomar uma decisão. Aos 25 anos licenciou-se em Imagem Médica e Radioterapia e prosseguiu o Mestrado em Radiologia.
No secundário, Pedro Silva começou por optar por um curso profissional de Técnico de Auxiliar de Saúde. Ao fim de três anos, iniciou o seu percurso na antiga Arrifana de Penafiel na parte de imagiologia, que consistia em realizar TAC, Raio-X, ressonância... A par disso, foi também desempenhando diversas tarefas no hospital enquanto auxiliar, nomeadamente, apoio ao internamento, bloco operatório e ao hospital em si. Mais tarde, ainda na clínica, começou a transcrever relatórios médicos. Um percurso que iniciou com 17 anos e que o fez ter a certeza que uma licenciatura seria o próximo passo.
A par do gosto pela saúde, o jovem também se interessou por uma carreira militar e chegou mesmo a prestar provas para não ficar com o "bichinho na cabeça. Já estava na clínica, concorri à GNR, mas como não entrei achei que foi um sinal".
Atualmente, trabalha na CUF e é aluno de um Mestrado em Radiologia. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, confessou que, por momentos, pensou não ser capaz. "Sentia alguma dificuldade em termos teóricos, porque não tive essas cadeiras durante o secundário e cheguei a pensar se seria capaz. Mas a verdade é que estava tão ou mais à altura do que os meus colegas, porque já era uma área que tinha a certeza que queria".
Pedro Silva vem, acima de tudo, desmistificar a ideia de que para ser médico ou outra profissão qualquer já devemos ter essa certeza 'desde o berço'. "Não sabia muito bem para o que ia, entrei na área porque aconteceu e comecei a gostar do que fazia e de lidar e ajudar as pessoas".
"Privilegio o contacto direto com as pessoas. Fascina-me"
Enquanto trabalhador nesta área, preza sempre pela "humanização dos cuidados. Ter um especial tempo e cuidado com as pessoas é importante. Procuro que se sintam confortáveis. Há pacientes, principalmente com idades mais avançadas, que para além das dores físicas precisam que se fale com elas. Às vezes é só ouvi-las e nota-se que psicologicamente já ficam melhores".
Uma empatia que aumentou, na sua visão, depois de ter estado a estagiar no IPO. "Conseguimos ver as coisas de outro ponto de vista. Vemos pessoas com patologias graves, com a morte à porta e conseguem manter-se com alegria e vontade de viver".
Para terminar, o penafidelense reforça que optar por um curso profissional não é sinónimo de que, mais tarde, não se possa prosseguir com um caminho na Universidade.