liberdade
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Artigo de opinião de Lúcia Resende.

A nossa liberdade acorrentada, aos outros.
E a prisioneira liberdade dos nossos sentimentos.
Sempre presos e reféns do amor.
Que só poderemos ser livres, se presos a ele quisermos ficar…

Na liberdade, desse conceito muito e pouco livre de definir, eu sei que sou livre. Ou talvez prisioneira, do que livre és tu. E do que livremente, livres somos. Vivemos nessa ambiguidade, de liberdades alcançadas, pouco atingidas e muitas por descobrir. Ser-se livre é ser livre dos outros. Liberdade é ser livre de ti. E de nós! Ou ser livre é ser-se, livremente, preso a ti e a nós?

Na liberdade do pensar e do sentir, reside o libertar. Só esses são, livremente, livres de comandar. De imperar. E viver. Nessa liberdade, que livre não se é, o mundo segue, pensando-se livre, do que afinal não sabe ser. E quem comanda essa liberdade? Sou eu, és tu, somos nós? Somos livres de a comandar, ou presos de a reter? Porque cada reter que a liberdade fica, fica a liberdade do outro, presa em ti.

Criados e servos dessa liberdade, livre e acorrentada, livres conseguimos ser. Livres de amor? Não! Cárceres desse sentir. Cativos um do outro, em cada prisão, piedosamente aberta, por cada gaiola incauta e livre, livremente tombamos. Somos presos e reféns, na esquina da liberdade ténue, submissa ou livre, desse sentir. E no desprender e prender, a liberdade é feita cativa… Porque, cada um sustém ou quebra a promessa, do querer e desejar. E nesse querer e desejar, fica ela livre. Mas, refém da sua maior mágoa, em prisão interior, a liberdade verga-se, na sua pior sentença. E dessa, só serás livre, se livre de ti fores, e preso a mim, quiseres ficar…