culpada sem culpas
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“E em doses de culpa, sem culpa. Sem desculpa ou por desculpar, a vida anda em pecado ou absolvição, da culpa que carrega ou não carrega, de culpas, sem culpa de carregar, o que foi. O que é. E o que vier. Porque em cada culpa, que se desculpa. Mais não se culpa. E culpada é. Sem culpas de o ser. Mas culpada em o fazer.”

Culpa e sem culpa. A culpa dessa culpada, sem culpas. Que de culpas e desculpas se coaduna. Ambas e nenhuma. Em contrassenso, do bom senso, sem senso nenhum. Que não se sabe que culpas, colocar, nas culpas dela, ou de ninguém. Que de culpada, sem culpas, se é, a culpa de alguém.

Saber-se-á que culpa é a sua?! Culpada, ou inocente. Responsável ou incoerente. Ou não se saberá, dessa culpa, sem culpa. Ou sem culpa, em culpa, da falha e do delito de não se saber em que culpas, culpadas, ou sem culpas, se manifesta e assenta, duma culpa, longa e demorada. Sem culpa, lenta e atrasada. E culpada, sem culpas. Com ou sem desculpas, quem te culpa a ti? De seres essa culpa, culpada, ou por culpar? Nessa condenação de tantas culpas e de tão pouca absolvição, sem culpa de em erro condenar?

Majestosa de culpa. Erros seus e de mais ninguém. Ou erros, que não foram seus e neles se sustém, de erros adquiridos e sentidos. Impostos e permitidos. Da culpa. Sem culpa. Culpada, sem culpas. No delito mordaz de se ser, assim injusto. Ou justo. Da culpa encandear em sentimento. Por dentro. Cá fora e adentro. De cada um e de todos perante um, ou mais. E todos os demais. Se vive e sente a culpa, culpada, sem culpa. Que em culpa se rege e salva. Em desculpa se vinga e redime. Em culpar o que não se sabe ser. Desculpando-se do que se é. Atirando a culpa longe. Desfazendo-a. E dela se livrar, num livramento, em chamamento. Mas que de culpa, culpada se é, ou não é culpada, com ou sem culpa, na sua forma de viver.

E assim é a vida. Culpada, sem culpas. Culpada do que é. E sabe ser. Do que faz. E do que acontecer. Mas sem culpas, ela é apenas vida de viver e ser. De vida, que ela se comanda, de tempo e histórias. Certezas e incertezas. Futuro e memórias. E em doses de culpa, sem culpa. Sem desculpa ou por desculpar, a vida anda em pecado ou absolvição, da culpa que carrega ou não carrega, de culpas, sem culpa de carregar, o que foi. O que é. E o que vier. Porque em cada culpa, que se desculpa. Mais não se culpa. E culpada é. Sem culpas de o ser. Mas culpada em o fazer.

Texto de Lúcia Resende