Victor Vaz é um “jovem” adulto, natural de uma aldeia de Trás-os-Montes chamada Ervedosa do concelho de Vinhais, do Distrito de Bragança, e que agora é mais conhecido como Animador Vitinho. O animador de profissão veio para o Marco de Canaveses por amor à família, não esquecendo a mãe com quem vive atualmente na casa de um dos seus irmãos e da cunhada.
A vocação para animar as pessoas “esteve sempre dentro de mim” diz Víctor Vaz que aos 45 anos ainda recorda-se de muitos momentos vividos ao longo de uma carreira dedicada a alegrar festas e eventos.
Uma criança “com jeito para a brincadeira”, é assim que o animador se descreve quando era mais novo, idade em que descobriu um dos seus sonhos, fazer parte de um circo. “Sempre tive um fascínio pelo circo “, revela Vítor Vaz, que depois de ter assistido a um espetáculo de circo disse aos pais: “quer vocês queiram ou não, vou experimentar a vida de circo”.


O animador recorda-se bem das palavras do dono do circo que lhe ofereceu a oportunidade de cumprir este sonho: “Ò Vitinho queres vir para o circo ?”, ao que o jovem respondeu: “era o meu sonho”. Assim, ficou prometido a um jovem Vítor Vaz que quando acaba-se os estudos e fosse maior de idade bastava: ” ligar-me que vou-te buscar, disse-me o dono. E foi meu dito meu feito”, conta o animador.
Sair de casa para viver com o circo “deixou-me triste a mim e à minha família”, mas sendo esta a chance de alcançar um sonho “tive de lutar por ele”, frisou.
Uma vida “nómada no circo não é para qualquer um, esta vida itinerante é difícil”, explica. Nos primeiros tempos “achava muito bonito andar de cidade em cidade e dormir em roulotes e autocaravanas. Mas depois acabei por me sentir um bocadinho de solidão e desvalorização”, lamenta o performer.
Um sonho que não esteve bem à altura das expetativas, Vítor Vaz olha para o tempo que passou com o circo com alguma nostalgia e diz que vai guardar sempre as memórias “dessa experiência”.
Apesar desta experiência “mais negativa”, a vontade de levar alegrar os outros continuou a falar mais alto e deixando a vida de circo para trás, Vítor Vaz agarrou o percurso de animador através do curso de animador sociocultural.
“Comecei a aprofundar os meus estudos e o curso de animador tinha muita equivalência para áreas como animação de crianças e idosos. Aprendi muita coisa lá, ensinavam-nos um conjunto muito variado de coisas e modalidades, desde de teatro normal até teatro de marionetas”, clarifica.
As aprendizagens do curso revelaram-se valiosas ao longo dos anos, mas o segredo para ser um animador capaz e habilidoso “está no aperfeiçoamento das nossas capacidades, desde truques com balões até às pinturas faciais”. Isso e “ser divertido, ser uma pessoa que gosto de fazer rir, gostar de fazer brincadeiras e de conversar com toda a gente”, completa.
Quando questionado sobre a decisão de escolher esta vocação, Vítor Vaz reflete sobre a sua vida e experiências e diz: “as pessoas vinham ter comigo e diziam que nunca se tinham rido tanto como naquele momento que passaram comigo. Ao ouvir isto pensei que tinha de aprofundar este meu talento. Porque talvez o consegui-se usar para fazer as pessoas felizes e ganhar uns trocos ao mesmo tempo“.



Sem arrependimentos do caminho escolhido, o animador continua ativo na área e em conversa com o Jornal A VERDADE, aproveitou para recordar alguns momentos de todos estes anos de trabalho.
Umas das primeiras memórias associadas a este setor foi um serviço no Rock in Rio, “estava ainda a tirar o curso quando foi chamado por uma empresa para animar no festival. Nunca tinha feito um evento daqueles e foi um salto muito grande para aquilo a que estava habituado”.
Desde então, “tenho feito muita coisa, festas super engraçadas que me vão ficar na memória para sempre, já fui menino das alianças numa praia e também já fiz alguns trabalhos em hospitais com crianças”, exemplificou.
A falta de rotina e eventos em sítios diferentes são um dos benefícios da profissão, “ter variedade, nunca é repetitivo há sempre algo diferente”.
Uma vocação fora do comum, ser animador na visão de muitos é ser “babysitter e tomar conta das crianças dos outros”, revela Vítor Vaz. O profissional reforça: “nós não somos babysitters. Mesmo que fôssemos, é um trabalho completamente diferente e envolve muito mais que só olhar pelos mais novos”.
A opinião da população por vezes não facilita os serviços destes profissionais e agora os animadores também enfrentam outro tipo de dificuldades, “as crianças estão cada vez mais agarradas aos telemóveis”.
Vítor Vaz admite que os mais novos estão a deixar de brincar, “e sinto-me um pouco triste por isso”, “antes até era mais fácil divertir os miúdos, uma simples bola de futebol ou um balão, um simples balão em flor ou espada bastava para ver as crianças a brincar”.
No entanto, não são só os mais novos que estão a largar o momento para ficarem focados nas tecnologias, “isto nota-se nas festas de agora, as pessoas estão reunidas para conviver mas estão todas ligadas aos seus aparelhos”, diz o animador.
Às próximas gerações de apaixonados por animar as pessoas em seu redor, Vítor Vaz, primeiro diz : “fico contente por ver mais pessoas a seguir pisadas como as minhas e acho bem, porque em tempo de paz ou de guerra precisamos sempre de animadores e entertainers”.
Por fim, o animador deixa a seguinte mensagem às pessoas: “não julguem um livro pela capa e nunca tirem falsas conclusões. Já animei muitos eventos por todo o lado e acredito que é cada vez mais importante termos alguém dedicado a olhar pelas nossas crianças. Para os adultos se divertirem enquanto os mais novos fazem o mesmo”.
Os interessados em contactar ‘Vitinho’ podem faze-lo através do email [email protected] ou por contacto telefónico, 934941313. “Prove e comprove que os meus serviços são de qualidade. Não são piores ou melhores que os outros são apenas diferentes”, diz Víctor Vaz que também deixa um cheirinho dos seus serviços com esta anedota:
-Querida porque é que te chamam de Lucifer será que és um demónio?
–Não querido, durante o dia sou a Luci e à noite sou Fernando.