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Carolina, Maria, Nelson e Tiago têm 18 anos e, no dia 10 de março, vão exercer pela primeira vez o direito de voto nas Eleições Legislativas.

Os quatros jovens, de Penafiel, vão estrear-se nas urnas, acreditando na importância do voto como forma de expressar a vontade política e de que as novas gerações são o futuro da política e do país.

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Carolina Ferreira, natural de Entre-os-Rios, está a frequentar a licenciatura em Direito

Como te sentes por votar pela primeira vez? Há o sentimento de responsabilidade e ansiedade?

É bom saber que posso, finalmente, ter voz e envolvimento político, mas ao mesmo tempo carrego uma sensação de responsabilidade claro, responsabilidade de me manter informada para que possa praticar ‘o meu melhor voto’, analisar as medidas dos diferentes partidos e conseguir perceber com qual me identifico mais. A ansiedade vem por acréscimo, por ser a primeira vez e por ser algo para o qual não nos preparam na escola e, por isso, há uma série de conceitos políticos que temos de aprender sozinhos. O interesse dos jovens não é muito fomentado nas escolas e o que explica a crescente taxa de abstenção, mas a mim deixa-me, acima de tudo, empolgada, há certas coisas que gostava que mudassem e, finalmente, sinto que posso fazer parte dessa mudança em vez de esperar que quem tem voz a pratique por mim.

Tens o hábito de acompanhar os assuntos políticos?

Sim, sei que cada um de nós leva a sua vida e que, muitas das vezes, não focamos as nossas atenções neste assunto, mas acho importante acompanhar e não apenas quando se avizinham eleições, sempre que possível, ao longo do tempo, afinal ninguém quer ‘parecer mal’ durante as campanhas eleitorais.

Quais as tuas previsões para estas eleições? Enquanto jovem e nova eleitora tens esperança na política e no país?

A conjuntura dos últimos anos, nacional e mundial, levou a uma crise social atual de descontentamento e discórdia e acho que isso se vai refletir num crescimento assustador de ideias radicais devido, principalmente, ao ‘desespero’ que se instala. No entanto, temos muitos meios disponíveis para nos mantermos cidadãos informados. Depois da abstenção de 2022, há um apelo frequente ao voto, mas é também preciso apelar a um voto realmente informado, devendo o eleitor estar a par das medidas e princípios dos partidos. Como jovens, acredito que somos o futuro da política e o futuro do país, por isso, acho que não nos cabe a nós ter esperança, é antes o nosso momento de agir e de levar a história em consideração nos nossos atos, tentar mudar e, acima de tudo, evoluir. Acho que grande parte da nova geração estará disposta a isso. Está na hora de aproximar o sistema político e eleitoral ao cidadão e colmatar a ideia de que ‘não adianta votar’.

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Maria Andrade, natural de Rans, está a frequentar a licenciatura em Comunicação Audiovisual e Multimédia

Como te sentes por votar pela primeira vez? Há o sentimento de responsabilidade e ansiedade?

Ansiedade é definitivamente a palavra certa para aquilo que sinto. Apesar de ficar contente pela ‘minha voz ser ouvida’, sinto uma grande responsabilidade quanto a garantir que me mantenho atualizada para que o meu voto não seja em vão. Antes de poder votar sentia uma certa impotência por não poder mostrar aquilo que pensava quanto ao Governo português, e agora que tenho essa responsabilidade nas minhas mãos sinto um grande cargo a carregar. Pode parecer que não, mas o meu único voto pode mudar algo. Só a pergunta ‘já sabes em quem vais votar?’ assusta-me, a resposta é: não sei, pois parece tudo igual e diferente ao mesmo tempo, como é que sei que um partido vai fazer aquilo que promete e que não nos vai levar a miséria?

Tens o hábito de acompanhar os assuntos políticos?

Apesar de achar importante o acompanhamento dos assuntos políticos, não estou a par dos mesmos. Tenho de ser sincera, a política nunca me cativou, nunca compreendi e nunca me explicaram por ‘palavras que entenda’. Este assunto não nos foi ‘normalizado’, não aprendemos sobre política e os mais velhos acabam por não ter o hábito de falar connosco sobre o tópico em questão, tanto na escola como em casa, para nos explicar coisas que já estão estipuladas na cabeça deles. Parece que existe uma linha que separa a juventude da passagem a adulto em que a partir daí temos de fazer escolhas e ter conhecimentos sobre politica quando, até aí, não somos devidamente elucidados sobre este assunto e que, mesmo passado anos a ouvir noticias, nunca ninguém me explicou a diferença da extrema direita e da extrema esquerda.

Acho que, por isso, acabo por ter uma responsabilidade maior do que alguém que acompanhe política, enquanto para essas pessoas a resposta de ‘o que faria melhor ao nosso país?’ está clara na mente das mesmas, na minha cria-se uma confusão quando ouço a palavra ‘política’.

Como meu direito, acho que não votar não é uma opção, no entanto, votar sem saber a quem estou a dar o meu voto também não me faz sentido. Apesar de sentir a necessidade de acompanhar política, para que assim possa fazer uma escolha justa às minhas morais, também acaba por se tornar confuso e frustrante tentar acompanhar a política e, acima de tudo, compreender aquilo que estou a assistir.

Quais as tuas previsões para estas eleições? Enquanto jovem e nova eleitora tens esperança na política e no país?

Apesar de, como referi na resposta anterior, não acompanhar política, ainda ouço o que os meus familiares, e as pessoas pelas quais me rodeio, dizem sobre o estado político do país e das eleições. Na minha opinião, acho muito pouco provável o estado do país mudar dado aquilo que tenho visto e ouvido ao longo dos anos. Pelo meu ponto de vista, se acabar por mudar irá ser para um lado extremista.
‘A esperança é a ultima a morrer’. Acho que nem nos ficava bem como futuros doutores, professores, advogados, entre outros, não ter esperança que o nosso país fique melhor politicamente. Penso que grande parte dos eleitores já são de idade mais avançada então acabam por jogar pelo seguro, votando por partidos que já estiveram no Governo mais que uma vez, não permitindo evolução. Apesar de saber que os mais velhos têm uma ideologia diferente dos novos eleitores, nós acabamos por ser uma minoria, por isso mesmo, acreditando que um partido tem princípios que iriam levar o nosso país para um lado melhor, acaba por ser complicado fazer esse partido prevalecer sobre os outros quando os eleitores mais velhos têm medo da mudança.

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Nelson Sousa, natural de Canelas, está a frequentar a licenciatura em Fisioterapia

Como te sentes por votar pela primeira vez? Há o sentimento de responsabilidade e ansiedade?

Responsabilidade e ansiedade são, sem dúvida, duas palavras que se adequam. Felicidade também é um sentimento que, de certo modo, está interligado, pois ‘o nosso primeiro voto’ é um marco de evolução e vida adulta, e responsável. Tendo em conta o aspeto de que a minha decisão pode influenciar o funcionamento e as normas do país, a responsabilidade é acrescida, não é uma decisão que afeta apenas a minha pessoa, mas sim um país! Ansiedade encaixa perfeitamente uma vez que é a minha primeira vez a votar, então é sempre curioso saber como é e como funciona.

Tens o hábito de acompanhar os assuntos políticos?

Não é habitual acompanhar assuntos políticos, apesar de saber e compreender a sua importância. O assunto nunca me cativou nem fomos devidamente esclarecidos sobre o mesmo. Apesar de coincidentemente, ou não, ter sido este ano que a política teve maior abundância e ouvi mais sobre, adquirindo algum conhecimento e ideias, não me sinto totalmente certo para o meu voto, mas tendo a mínima percepção sobre o assunto.

Quais as tuas previsões para estas eleições? Enquanto jovem e novo eleitor tens esperança na política e no país?

Embora não esteja enquadrado com a política e o estado político do país, como já referido, consigo ter uma mínima consciência da atualidade política. Não será de um momento para o outro a extrema mudança, acredito que não, mas sou esperançoso na juventude, apesar de constituirmos uma minoria do conjunto de eleitores. Devemos sempre votar com consciência do que é melhor para nós e para o nosso país, acreditando sempre que, embora lentamente, o país irá evoluir, dependendo também de nós portugueses e das nossas ações.

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Tiago Madeira, natural de Novelas, está a frequentar o curso de Ciências (12.º ano)

Como te sentes por votar pela primeira vez? Há o sentimento de responsabilidade e ansiedade?

Sinto-me com uma maior “responsabilidade”, tanto na minha vida, como no futuro do nosso país. Comecei há pouco tempo a tentar “entrar” mais neste mundo da política e a tentar perceber melhor como funciona e estou mesmo contente por poder tomar uma decisão importante para o nosso futuro.

Tens o hábito de acompanhar os assuntos políticos?

Não costumo acompanhar os assuntos políticos, mas ultimamente, depois de alguns debates na escola, e também na televisão, que assisti fiquei a perceber melhor o que cada partido propõe e as suas medidas para o nosso país

Quais as tuas previsões para estas eleições? Enquanto jovem e novo eleitor tens esperança na política e no país?

Sei o momento menos bom que passamos no nosso país, mas tenho esperança de que nestas eleições haja uma mudança para melhor.