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Elisabete Costa e o marido, residentes em Amarante mas naturais de Baião, procuram na altura do Natal unir gerações, apesar das distâncias. Com grande parte da família emigrada no Luxemburgo e pelo menos uma prima na Bélgica, este casal aguarda, ansiosamente, todos os anos para que a família se volte a reunir e a celebrar esta época especial “com proximidade e afeto”.

Embora nunca tenha emigrado, Elisabete Costa cresceu numa família onde essa escolha de vida está, muitas vezes, presente. “O meu pai foi emigrante, mas a minha mãe não. Acabei por seguir as pisadas dela e ficar em Portugal”, explica. No entanto, os seus dois irmãos emigraram aos 18 anos, mantendo viva uma tradição familiar iniciada pela geração anterior. “Os nossos pais foram os primeiros a emigrar, à procura de melhores condições de vida, e os filhos seguiram o mesmo caminho. Dos meus irmãos eu fui a única que fiquei.”

É importante criar momentos de ligação entre as crianças

Para esta família, o Natal é, sobretudo, uma oportunidade “única” de partilharem experiências, memórias e de não deixarem que os laços familiares desvaneçam. “O Natal e o verão são as alturas em que conseguimos reunir mais familiares, mas nunca conseguimos juntar todos. As únicas vezes em que isso aconteceu foi porque eu e a minha mãe fomos ao Luxemburgo, e a maior parte da família já está lá. Mesmo assim, eles preferem vir para cá, porque sentem saudades da terra natal e porque associam a época festiva a Portugal”, partilha Elisabete Costa.

Na visão da entrevista, reunir a família é também importante para as gerações vindouras. “É importante criar momentos de ligação entre as crianças e os primos. As novas gerações precisam de experienciar a vida em família, algo que só conseguimos fazer juntos”, afirma. O Natal, segundo Elisabete Costa, é uma das poucas épocas em que há tempo para estar mais calmo, sem a pressão do trabalho ou da escola. “Podemos passear, tomar um café, ou simplesmente estar juntos, sem pressas.”

Família de Elisabete Costa opta por uma véspera de Natal “diferente”

Há alguns anos, que a família de Elisabete Costa optou por passar a véspera de Natal num hotel. Essa escolha, embora pouco comum, reflete o desejo de aliviar o peso das responsabilidades que antecedem o jantar. “Decidimos passar o Natal num hotel, junto de outras famílias que também se reúnem. As pessoas ainda não estão muito habituadas a esta ideia, mas é uma forma de viver o Natal sem ninguém ficar sobrecarregado com a cozinha ou as tarefas de casa”, explica.

No dia de Natal, a tradição volta ao lar. “Procuramos passar o dia de Natal em casa, aproveitando o ambiente mais familiar e calmo. São momentos de qualidade, e é isso que importa.”

Familiares viajam de carro, entre neve e chuva, para estarem com a família

Elisabete Costa reconhece também o esforço dos familiares que vêm do Luxemburgo para estarem presentes nesta época. “Eles fazem cerca de dois mil quilómetros, muitas vezes com chuva e neve, para estarem aqui. É um esforço que tem de ser valorizado e que mostra o quanto a família é importante para todos nós. Estamos poucas vezes juntos presencialmente, mas estes momentos ajudam a criar uma presença real e emocional que mantém a família unida.”

Para terminar, a baionense deixa uma mensagem especial para a comunidade e para todas as famílias que celebram esta época: “Feliz Natal! Que aproveitem para recarregar as energias, estar com as pessoas que mais gostam e viver esta fase de forma única. Partilhem momentos com os amigos e concretizem os vossos sonhos e objetivos. O Natal é para ser vivido com o coração cheio.”

Entre o ambiente acolhedor do hotel na véspera e a tranquilidade do lar no dia de Natal, Elisabete e a sua família provam que a distância nunca é maior do que a vontade de estarem juntos.