alunos estudantes universidade
Publicidade

A década de 90 regista o maior crescimento do ensino superior em Portugal: de 131 mil alunos inscritos em 1989/1990, o total triplicou para 374 mil em 2000/2001. Os dados podem ser encontrados no quarto e último volume das séries históricas ‘O Ensino em Portugal antes e depois do 25 de Abril’, promovidas pelo EDULOG – iniciativa da Fundação Belmiro de Azevedo.

Em 1950, apenas 15.780 alunos frequentavam as universidades do país, realidade que viria a ter uma transformação crescente em 1974, quando 56.910 passaram a frequentar o ensino superior. Hoje, os dados mais recentes (ano letivo de 2022/2023) mostram que 446.028 indivíduos estão inscritos no ensino superior, um número sete vezes superior ao registado há 50 anos.

Alberto Amaral, membro do Conselho Consultivo do EDULOG, faz uma análise sobre as políticas que condicionaram o acesso às instituições e cursos superiores, verificando “que embora o objetivo do Estado Novo fosse limitar ao mínimo a entrada de alunos nas universidades, essa realidade viria a dissipar-se quando no regime democrático se assiste a uma expansão da procura, que triplicou o número de estudantes matriculados nas universidades do país, entre 1950 e 1974, mas que ainda assim não satisfazia as novas vagas de candidatos que terminavam o ensino liceal”, pode ler-se no comunicado.

Portugal registou, na década de 90, o maior crescimento de alunos no ensino superior: em 1989/1990, o número de alunos inscritos no ensino superior era de 131.014 e, em 2000/2001, esse número quase triplicou para 373.745 alunos.

Outro dado que pode ser encontrado neste artigo, em termos da evolução do ensino superior em Portugal, é o aumento progressivo do número de mulheres que, a partir de 1984/1985, começa a ultrapassar no número de homens inscritos nas universidades – o quociente mulheres/homens atingiu o máximo de 1,39 em 1992/1993, descendo nos anos seguintes para se estabilizar nos últimos anos entre 1,16 e 1,18 (2022/2023). Há na análise do autor outros dois dados importantes que devem ser tidos em conta: a evolução demográfica e a equidade no acesso.

Para além disso, segundo o mesmo estudo, Portugal ainda apresenta deficiências no acesso dos alunos economicamente mais carenciados. Em 2021/2022, os dados mostram que, em média, 20,24% de todos os alunos do ensino superior eram bolseiros, havendo 17,02% do ensino universitário e 25,45% do ensino politécnico, o que permite concluir que os alunos provenientes de famílias mais desfavorecidas optam por esta via de ensino superior.

Estes, e outros, dados estão disponíveis no portal EDUSTAT.