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Marco de Canaveses
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Novos órgãos autárquicos tomaram posse este sábado em Marco de Canaveses

Decorreu este sábado, 25 de outubro, no Pavilhão Desportivo da Escola Secundária de Marco de Canaveses, a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos para o mandato 2025-2029. Cristina Vieira, reeleita presidente da Câmara, destacou projetos estruturais e apelou à união pelo concelho.

Redação

“Um mandato de confiança e de responsabilidade”

Na sua intervenção, Cristina Vieira, reeleita para o seu terceiro e último mandato à frente da Câmara Municipal, iniciou o discurso com um agradecimento “ao voto de confiança renovado dos marcoenses”, considerando que “esta vitória é o reconhecimento do trabalho realizado e da dedicação de toda a equipa”.

A autarca afirmou que assume o novo mandato “com o mesmo orgulho que há oito anos, mas agora com a experiência adquirida e com um sentido redobrado de responsabilidade”. Sublinhou que “a confiança que me foi depositada representa um mandato de serviço público, de compromisso e de respeito para com cada cidadão, freguesia e família deste concelho”.

Projetos estruturais para o desenvolvimento

Durante o discurso, Cristina Vieira destacou como projeto-âncora do mandato 2025-2029 a requalificação da antiga Fábrica da Eletromoagem do Marco, que será transformada num polo de ensino, cultura e inovação.

Será um espaço de ensino superior e profissional, em parceria com o Instituto Politécnico do Porto e o Turismo de Portugal. Vamos ter uma Escola de Hotelaria e Turismo do Tâmega e Sousa, formação em metalomecânica e transformação da pedra, e ainda um centro de congressos com 600 lugares sentados”, explicou.

A presidente destacou também o investimento na habitação pública e a custos controlados, lembrando que “o município já concretizou a construção de 128 novas casas” e que o objetivo é agora “construir habitação acessível para os jovens, fixando-os no concelho e garantindo condições dignas para o início das suas vidas”.

Sobre o abastecimento de água e saneamento, Cristina Vieira fez questão de destacar a evolução desde o início da sua liderança: “Quando chegámos à câmara, em 2017, a taxa de abastecimento era de 40%. No final deste ano vamos chegar aos 70%”. 

A autarca destacou ainda a importância das acessibilidades, mencionando que “a Câmara já tem pronto o projeto para o novo viaduto e a nova travessia sobre o rio Tâmega”, aguardando apenas decisão do Governo.

Cultura, turismo e desporto com papel central

Cristina Vieira reafirmou o papel da cultura e do turismo como eixos estratégicos do desenvolvimento do concelho: “O Marco tem um património, uma paisagem e uma gastronomia únicas. Queremos reforçar o turismo fluvial, requalificar zonas como Bitetos e projetar ainda mais o Marco na rota do Douro.”

Referiu também a importância da agenda cultural e da colaboração com o movimento associativo: “Tudo o que fizemos na cultura e no desporto só é possível com a capacidade de envolver as associações. Temos de continuar a dinamizar o concelho com o contributo das nossas coletividades.”

O desporto continuará a ser uma prioridade, com a criação da Cidade Desportiva, descrita como “um projeto transformador para o concelho e uma conquista importante para os clubes e para os jovens atletas”.

“Trabalhar juntos pelo bem comum”

No encerramento, a presidente deixou uma mensagem de união entre todas as forças políticas e cidadãos. “Nenhum presidente, nenhum executivo governa sozinho. A diferença de opinião é legítima, mas o amor pelo Marco de Canaveses tem de ser maior do que aquilo que nos separa. Trabalhemos juntos”, apelou.

E concluiu com uma promessa de dedicação total ao concelho: “Prometo entrega total, rigor absoluto e respeito incondicional pela confiança que o povo me concedeu. O Marco de Canaveses é mais do que um concelho — é uma comunidade que acredita, trabalha e sonha. É por essa comunidade que aqui estou: para servir, unir e construir.”

Durante a sessão solene, o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Vieira, dirigiu-se aos eleitos e ao público com um discurso marcado por reflexão e apelo ao trabalho conjunto em prol do concelho. “Enquanto aqui celebramos este momento de democracia, não podemos esquecer que há povos a sofrer — em Gaza, na Ucrânia — o que nos deve lembrar o valor da paz e da responsabilidade coletiva”, afirmou Jorge Vieira, sublinhando o contraste entre a celebração local e os conflitos internacionais.

O presidente da Assembleia destacou também a importância da boa governação e da coesão social, recorrendo a referências históricas e populares. “Quem leu Camões sabe: os fracos reis fazem fracas as fortes gentes. Quando uma terra é mal governada, é mau para todos. E, como diz o povo, numa casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, declarou.

Num tom de confiança e incentivo ao novo executivo, Jorge Vieira reconheceu o potencial do concelho e o papel das suas gentes:

“O Marco tem uma indústria de pedra fortíssima, um turismo com elevado potencial, empresas de serviços de qualidade, setores têxtil e da construção civil. O desafio é pensar globalmente e definir estratégias que beneficiem o concelho como um todo.”

Referindo-se diretamente à presidente de câmara e à equipa que agora inicia funções, o autarca elogiou “a experiência, a seriedade e a vontade de trabalhar” do novo executivo:

“Este é um executivo de gente boa, de pessoas que vão saber definir estratégias e dar o melhor por este concelho. O Marco precisa de vocês.”

Jorge Vieira deixou ainda uma palavra à oposição, defendendo o papel essencial do contraditório no sistema democrático:

“Façam o vosso trabalho com respeito e assertividade. A democracia vive do equilíbrio entre quem governa e quem fiscaliza. Só somos melhores quando somos desafiados.”

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