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O relatório europeu sobre drogas destaca preocupações em torno dos opiáceos sintéticos potentes, por vezes vendidos indevidamente ou misturados com medicamentos e outras drogas.

Substâncias sintéticas opiáceas mais potentes, novas misturas de produtos e mudanças nos padrões de consumo estão a provocar uma ameaça crescente e a aumentar os problemas de saúde pública, conclui o “Relatório Europeu Sobre Drogas 2024 – Tendências e Desenvolvimentos”, hoje divulgado em Lisboa pelo Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês).

O documento, que apresenta dados de 2023 dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Turquia e Noruega, sublinha que os consumidores estão mais expostos a “uma gama mais vasta” de substâncias psicoativas, “muitas vezes de elevada potência ou pureza, ou em novas formas, misturas e combinações”.

Alerta ainda para os produtos vendidos pela internet e com substâncias adulteradas que “os consumidores podem não ter a consciência do que estão a consumir e ficarem sujeitos a maiores riscos para a saúde, incluindo envenenamento potencialmente fatal”.

Os nitazenos são a “ameaça emergente” na Europa, um opioide sintético 40 vezes mais forte do que o fentanil e 140 vezes mais poderoso do que a morfina, que se expandiu por todo o mundo e que terá causado nos últimos quatro anos mais de 200 mortes. Em 2023, seis dos sete novos opiáceos sintéticos notificados pela primeira vez ao Sistema de Alerta Rápido da UE eram nitazenos, o maior número desta substância notificado num ano.

A canábis continua a ser o estupefaciente mais consumido na Europa, seguido da cocaína. A heroína é o opiáceo mais consumido e responsável por “parte significativa” dos problemas de saúde.

Este ano, a mensagem do relatório vai para os policonsumos: duas ou mais substâncias psicoativas ao mesmo tempo ou em sequência, muitas vezes misturada com álcool.