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Porto
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Nova residência universitária do Porto paga com Queima das Fitas abre a 11 de setembro

Residência estudantil da Federação Académica do Porto custou 150 mil euros, financiados integralmente pelas receitas da Queima das Fitas. Vai acolher 24 bolseiros na Praça do Marquês.

Redação

A Federação Académica do Porto (FAP) vai inaugurar no próximo dia 11 de setembro a sua segunda residência universitária, a Academia 24 do Marquês, localizada na Praça do Marquês. O espaço, com capacidade para 24 estudantes bolseiros, representou um investimento de 150 mil euros, integralmente financiados com receitas da Queima das Fitas do Porto.

Estrutura e condições da nova residência

O edifício, instalado num andar do Instituto Profissional do Terço, inclui seis quartos de 26 metros quadrados, dois de 16 m2 e dois de 10 m2, distribuídos por alas masculina e feminina. Além dos quartos, a residência dispõe de duas cozinhas equipadas, duas salas de estar, espaços de estudo, casas de banho comuns e até um salão de jogos.
A decoração repete a aposta feita na primeira residência da FAP, inaugurada em 2023 junto à Estação de São Bento, com cartolas, bengalas e fitas multicolores a encher de cor as paredes, além de sofás, pufes e mesas comunitárias que incentivam a convivência.

Financiamento exclusivamente estudantil

O presidente da FAP, Francisco Fernandes, destacou que a residência foi “feita de estudantes para estudantes”, sem recurso a fundos públicos ou comunitários.

“Não tem um único euro do Estado central, nem um único euro de fundos europeus. Todas as receitas vêm da Queima das Fitas do Porto, dos estudantes para os estudantes”, afirmou.

Crise no alojamento estudantil

A abertura desta nova unidade insere-se no esforço da FAP para mitigar a crise no alojamento estudantil, considerada o maior obstáculo para os universitários deslocados.

“Um quarto aqui no Porto custa em média 400 euros, mas é mais fácil encontrar a 500 ou 600 euros do que a 300”, alertou Francisco Fernandes, lembrando que este ano letivo as instituições do Porto têm pouco mais de 2.000 camas para 24 mil estudantes deslocados.

Segundo o dirigente, “menos de 10% de resposta pública é um número insignificante que precisa de ser, no mínimo, triplicado até 2030”, para ajudar a controlar os preços praticados no setor privado.

Críticas e apelo ao Governo

A FAP lançou esta semana cartazes pela cidade com mensagens como “Quando o Estado falha, os Estudantes resolvem” e “Com quartos a 500 euros só nos resta armar a tenda”.
Francisco Fernandes pediu ao Governo que avance com urgência para um Plano Nacional de Alojamento Estudantil 2.0, sublinhando que a atual execução do PRR está em apenas 13%, com várias residências encerradas para obras, o que faz com que “existam menos camas disponíveis em 2025 do que em 2018”.

O presidente da FAP destacou ainda que a falta de prioridade não é exclusiva de um governo: “Se formos ver as contas das instituições de ensino superior, percebemos que alojamento não é prioridade, não porque não haja fundos, mas porque não querem investir.”

Benefícios para bolseiros

As 24 camas da nova residência serão atribuídas através dos Serviços de Ação Social, com os estudantes a receberem complemento de alojamento. Isso significa que os bolseiros alojados na Academia 24 do Marquês não terão custos adicionais para estudar no ensino superior.