No próximo dia 10 de março, os portugueses serão chamados às urnas para eleger os deputados que vão representar os eleitores na Assembleia da República.
Nesse âmbito, o Jornal A VERDADE esteve à conversa com Sofia Perestrello, cabeça de lista da Nova Direita no círculo eleitoral do Porto, que nos apresentou os objetivos do partido, os contributos que poderá dar para o distrito e a medida mais urgente a tomar após as eleições.
Quem é a Sofia Perestrello?
O meu nome é Sofia Perestrello, com 26 anos recentemente feitos, sou apaixonada por fazer política e de assistir a ela desde os meus 16 anos, aproximadamente. Filha de mãe portuense e pai alfacinha, costumo dizer que tenho o melhor dos dois mundos. Apesar disto, nasci e cresci em Oeiras, tendo passado 6 anos da minha vida em Lamego, Viseu. Licenciei-me em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade NOVA de Lisboa e possuo, ainda, o primeiro ano de Mestrado em Estratégia, leccionado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
O meu interesse pela política começou em 2014, quando tinha 16 anos, após o rapto de 276 raparigas de uma escola na Nigéria, por um grupo terrorista. Digamos que foi o meu primeiro “abre-olhos” de como a realidade pode ser cruel e, principalmente, injusta. Escandalizada com este tipo de actos horrendos, comecei a procurar poder fazer alguma diferença, sem nunca, apesar disso, me tornar militante de um partido (até à Nova Direita). A minha actividade política nos últimos então 10 anos foi feita de altos e baixos tendo estado praticamente adormecida até agora. Novos eventos e novas circunstâncias levaram-me a decidir que não posso simplesmente anuir à classe política que tem pouca ou nenhuma capacidade para evitar tantas crises, manifestações, hospitais fechados, escolas sem professores e ministros envolvidos em polémicas.
Quais são os propósitos da Nova Direita?
A NOVA DIREITA vem oferecer frescura à Direita. Somos um partido assumidamente de Direita, firme e convicto que, para responder aos quesitos do país, é necessária uma clara viragem à direita. Somos um partido soberanista, que é um propósito essencial, mas que, lamentavelmente, foi abandonado pela maior parte dos partidos. A par disto, somos por todos os portugueses e por todas as famílias, aos quais devemos um Portugal próspero e onde as suas qualidades sejam valorizadas. Neste sentido, falo, por exemplo, do mar, que é um factor histórico importantíssimo da nossa soberania e prosperidade, e que é a base da relação de Portugal com o mundo que mais nos interessa, pelo que pretendemos desenvolver o verdadeiro estreitamento das relações com os países da CPLP, onde temos tanto a alcançar na base da reciprocidade. Ambicionamos, ainda, o estabelecimento de um regime fiscal mais atractivo para quem produz valor, uma independência energética que nos torne mais resistente a choques geopolíticos e uma reindustrialização na vanguarda da próxima onda tecnológica, nomeadamente da Inteligência Artificial e do tratamento de dados. Finalmente, mas não menos importante, a Nova Direita procurará racionalizar a imigração, através de um modelo de integração com critérios mais específicos e conter a emigração, através de incentivos.
Quais serão as prioridades/contributos que o partido pode dar ao distrito do Porto no global, mas também ao território nacional?
A NOVA DIREITA preocupa-se com a voz de todos os distritos e não só o de Lisboa. Por este motivo, propomos a introdução de uma Câmara Alta no Parlamento, onde estarão representadas todas as regiões igualmente e onde poderão fazer ouvir os seus problemas e preocupações para que estes possam ser resolvidos de maneira mais célere e efectiva. Esta seria uma Câmara com poderes legislativos, sendo a maior parte dela eleita e tendo uma parte, nomeada pelo Presidente da República, onde critérios como o mérito (de qualquer tipo) vigorassem, à semelhança do Conselho de Estado.
Sem dúvida que procurar aproximar o interior do litoral é uma prioridade, assim como procurar um regime fiscal bem mais atractivo, dinamizar a economia, e sem nunca esquecer: as famílias. Portugal precisa de ter incentivos à natalidade para tornar possível a renovação de gerações. Neste momento, encontramo-nos em recessão populacional, não sendo apenas preciso mais bebés, como é urgente conter a emigração. Falo por experiência pessoal; metade, ou mais de metade dos meus amigos, emigrou. O meu irmão mais velho emigrou. Portugal não é um país, neste momento, atractivo para os jovens e, infelizmente, isso tem-se manifestado nestes números.
Uma das formas de conter esta emigração em massa é conseguir tornar o acesso à habitação absolutamente exequível. Para isso, carece de se reduzir o preço das casas que só se faz correspondendo a oferta à procura. É preciso criar incentivos à construção, tanto pelos privados, como pelo público, reduzindo, por exemplo, os entraves fiscais e burocráticos que estes processos implicam. Reduzindo estes dois factores, não só haverá mais incentivo para construir mais casas, como haverá mais capital disponível para o fazer. Limitar artificialmente a procura, os preços de compra ou as rendas só agrava o problema de fundo, que é a falta crónica de casas nas zonas de maior pressão urbanística.
Se for eleita, qual a medida mais urgente a tomar?
A medida mais urgente a tomar, que depois cria um efeito em cadeia em muitas outras áreas, é tornar o regime fiscal mais atractivo, promover concorrência (sem nunca esquecer as empresas nacionais) e dinamizar a economia. A partir daqui, assim como da redução do peso burocrático acima referido, poderemos ver mais casas a ser construídas, imóveis recuperados e, consequentemente, uma descida no preço das casas. As empresas passarão a conseguir oferecer melhores condições salariais, e os jovens poderão começar a ver que, afinal, Portugal é Possível! O incentivo é a base de tudo. Assim que os portugueses sentirem que o seu trabalho compensa e que são valorizados, começaremos a ver os níveis de emigração a reduzir.