No próximo dia 10 de março, os portugueses serão chamados às urnas para eleger os deputados que vão representar os eleitores na Assembleia da República.
Nesse âmbito, o Jornal A VERDADE esteve à conversa com Eduardo Loureiro, cabeça de lista do Nós, Cidadãos, no círculo eleitoral do Porto, que nos apresentou os objetivos do partido, os contributos que poderá dar para o distrito e a medida mais urgente a tomar após as eleições.
1. Quem é Eduardo Loureiro?
Sou filho de pais humildes e juntei-me ao partido por me identificar com os valores do mesmo. Tenho 63 anos, sou casado e militar do Exército Português na situação de reforma. Possuidor de uma vasta experiência em missões de comando, coordenação, formação e instrução (Exército, Cruz Vermelha Portuguesa, Bombeiros e Proteção Civil, nas vertentes da defesa, do socorro, da área social sendo creditado como Conselheiro de Segurança. Durante o seu percurso destacam-se as missões internacionais de inspeção em que participou como membro NATO, com especial relevo em Exercícios “Cooperative Determination” em Bucareste, Roménia.
Em complementaridade, exerci funções de presidente de várias instituições de caráter educativo, social e cultural. Atualmente, tenho funções de membro eleito na Assembleia de Freguesia da Madalena como líder parlamentar, representando um grupo cívico independente cuja matriz é a cidadania, merecendo o respeito e admiração da parte de todas as forças políticas eleitas.
Sempre estive muito próximo e ligado, umbilicalmente, aos mais desfavorecidos, aos idosos, crianças em risco e fundamentei os meus padrões de cidadania nesse contexto, a aprender com todos. Para mim, a aprendizagem é dinâmica e todos os dias aprendo um bocadinho. Também ensino, mas aprendo muito mais do que aquilo que ensino. Tive a vantagem, com que Deus me abençoou, que foi ter-me criado num mundo onde me foi dada a oportunidade de lidar com muita gente. Estou atento ao que se passa no país e sou um homem de desafios.
A esse propósito, o atual presidente do partido lançou-me o repto ao qual não podia dizer que não, porque é uma pessoa extraordinária, não precisei de muito para me ponderar. Depois, porque sou do distrito, sou portuense, gaiense e o meu distrito que tem 18 concelhos que merecem um outro contributo neste âmbito político, que saia fora da caixa, do formato a que as pessoas estão habituadas.
2. Quais são os propósitos do Nós, Cidadãos?
Nós somos pessoas que querem o bem comum. A nossa preocupação é o futuro e acreditamos, muito, na massa crítica jovem, na competência que têm, porque amanhã quem vai governar os meus netos são esses jovens. A preocupação é esta, preparar o futuro e fazer com que ,através da nossa ação, forma de estar na vida, na forma como lidamos com os outros, da aversão pura à conflitualidade, tenhamos uma outra forma de arranjar Governo, para um povo que, já diziam os romanos, ‘ lá para os lados da Gália há um povo que nem se governa nem se deixa governar. Sumariamente, é esta a nossa posição na política e aquilo que queremos pugnar se formos representar o distrito na Assembleia da República.
3. Quais são as prioridades e/ou contributos que o Nós, Cidadãos pode dar ao distrito do Porto, no global?
Nós temos pessoas que fazem a assessoria nas várias matérias fundamentais para o Governo do país e que estão, perfeitamente, habilitadas e credenciadas para ajudar a resolver e minimizar questões, na área da saúde, justiça, segurança e educação, quatro pilares fundamentais, numa sociedade que se quer dinâmica.
Com uma grande vantagem, aproveitando o potencial histórico enorme que o nosso distrito tem. É um distrito que nunca se rendeu a nada, nunca foi subserviente ao Terreiro do Paço. Ainda me lembro de um concelho (Porto – a bandeira do distrito) que foi importante, que ao longo da história mostrou, e continua a mostrar, que ajuda, em muito, o resto do país, na forma de estar, de se desenvolver, em todas as vertentes socioeconómicas. Foi por aqui que os franceses entraram. Amarante deu um grande exemplo, o Porto, Gaia e todas as outras povoações por onde foram passando deram um grande exemplo de estoicidade e heroísmo, nunca se renderam.
O distrito do porto tem muita indústria, uma franja comercial enorme, já está dotado de vias de comunicação que lhe permitem ir ainda mais além. Temos de aproveitar isso, mas acima de tudo, o que o distrito do Porto tem em relação a todo o resto é a vontade, o saber e a criatividade das pessoas. quer queiramos quer não, merecem toda a nossa atenção, porque são únicos e singulares. Eu conheço o país todo, as ilhas adjacentes, estive colocado em muitos teatros de operações, inclusive fora do território nacional e digo, com orgulho, que o distrito do Porto precisa de alguém que coloque em relevo todos estes valores para ser melhor servido.
4. Se for eleito, qual será a medida mais urgente a tomar?
É acautelar o futuro dos nossos jovens, principalmente no que diz respeito às saídas profissionais, através, por exemplo, da criação de bolsas de empregabilidade, essa é uma grande prioridade. Devemos aproveitar a inteligência que temos, uma riqueza enorme e que evidencia a portugalidade, para não acontecer a muitos pais o que me aconteceu a mim. Tenho um filho emigrante, mas era aqui que ele devia estar a trabalhar, era no nosso distrito que ele e a minha nora deviam estar, era aqui que devia ter as minhas netas. Mas não estão, porque não lhes foram criadas as condições para que exercessem a atividade aqui.
Eu creio, fielmente e abnegadamente, na nossa juventude, ao contrário do que muita gente apregoa de que não valem nada. Bem pelo contrário, têm todas as ferramentas que pessoas como eu não tiveram e estão a saber utilizá-las muito bem em variadíssimas áreas: na investigação, no trabalho manual, nas artes, no desporto. Somos fantásticos e devemos, por isso, aproveitar que quando formados pelo ensino, seja ele profissional ou outro, tenham à espera um sítio onde vão desenvolver o trabalho.
Quero aproveitar, ainda, para dizer que me orgulho muito das competências que temos e que estão a exercer um serviço público, como é o caso da informação. Louvar o esforço dos meios de comunicação social, no sentido de fazer chegar informação às pessoas que não têm uma panóplia muito grande de procura de informação. Fazem ‘das tripas coração’ para que sejam devidamente informadas. Também é nosso propósito potenciar uma informação com cada vez mais qualidade e distribuída por regiões.