À procura de melhorar a vida enquanto casal, António da Costa, natural de Paredes, e Eliana Coelho, lançaram-se, na casa dos 30 anos, para França, onde estão emigrados há cerca de um ano e meio. Uma decisão “acertada” que os levou a melhorar a qualidade de vida e, embora existam algumas saudades do país, o mundo moderno têm-nas encurtado.
Em Portugal, António da Costa era segurança e, por isso, os turnos rotativos eram frequentes, por sua vez, a noiva tinha um horário mais central na área da contabilidade, fazendo com que o casal tivesse mais dificuldade em passar tempo juntos. Em França, deixaram as suas profissões, mas conseguiram ganhar mais tempo juntos e uma melhor qualidade de vida.
“Fomos os dois trabalhar para uma área totalmente diferente, estamos numa fábrica de produtos alimentares. Foi a oportunidade que surgiu e decidimos agarrá-la. Esta decisão facilitou-nos a nível familiar porque passamos mais tempo juntos e as despesas são menores porque partilhamos a mesma viatura”, conta, António da Costa, em entrevista ao Jornal A VERDADE.
O casal na casa dos 30 anos tomou esta decisão há cerca de um ano e meio, e já afirmam, convictos, de que “comparado a Portugal” foi possível melhorar “a condição financeira. Na minha opinião, Portugal neste momento não oferece nada para os jovens. Aliás, até acho que a medida nova de habitação ainda vai piorar mais o acesso, reflete.
Desanimado com o seu país de origem, António da Costa procura, pelo menos por enquanto, ficar em França. “Um passo de cada vez, mas por enquanto, a França dá-nos mais oportunidades. Se não, não teríamos vindo”, reitera.
Como se costuma dizer na gíria – “porque ninguém é de ferro” – e para este casal não é exceção. Com saudades, sobretudo, da comida portuguesa, e das pessoas que ficaram, António da Costa acredita que cada vez é mais fácil encurtar essa distância. “Comparado as gerações que emigraram antes de nós, agora é possível usufruímos mais do que é nosso. Há sempre mercados portugueses… e mesmo a nível de acessos aos locais, conheço pessoas que estão emigradas há mais de 30 anos que destacam a melhoria da estradas”.
A verdade é que fazer as malas e deixar o país aos 32 anos é uma decisão “complicada”, mas António da Costa é defensor de que “se não somos nós a fazer, quem é que vai fazer por nós. Enquanto casal, colocamo-nos em primeiro lugar”.
Para emigrar, António e Eliana consideram que é preciso “não ter medo. Têm de se lançar, e se ficarem apertados, lá está, não à nada a perder, porque podem sempre voltar para o país. Porque conforme entram, também podem regressar, mas vale sempre a pena arriscar”.